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Entreposto de alimentos orgânicos na Ceasa começa a virar realidade

Alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, com respeito às leis da natureza e às leis trabalhistas, mais saborosos, mais nutritivos. Os produtos orgânicos beneficiam a todas as formas de vida, inclusive as que ainda não são consideradas vivas pela ciência convencional, como solos, rios e nascentes. Alimentar-se apenas de orgânicos é o sonho de muita gente, mas que ainda não é possível, principalmente, devido a questões de logísticas de distribuição e comercialização. 

Para superar esse obstáculo, o Espírito Santo está prestes a dar mais um importante passo, com a viabilização de um espaço exclusivo para os produtos orgânicos dentro da unidade de Cariacica da Central de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa-ES). 

A demanda é antiga, reivindicada há anos pelos agricultores orgânicos, especialmente os de Santa Maria de Jetibá, na região serrana, município que concentra quase metade das propriedades certificadas no Estado. 

Dos cerca de 320 atualmente certificados, 120 estão entre as montanhas e remanescentes florestais habitados pelos descendentes de pomeranos de Santa Maria de Jetibá, que, em 2018, levaram às mesas das famílias capixabas seis mil toneladas de alimentos orgânicos certificados, vendidos, basicamente, em feiras especializadas localizadas na Grande Vitória e no interior. 

Foto: Ceasa-ES

Por isso, participaram da reunião o prefeito de Santa Maria, Hilário Roepke, junto com  membros de sua Secretaria Municipal de Agropecuária, além do chefe do escritório municipal do Instituto Capixaba de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural  (Incaper), Iosmar Mansk, além da presidente da Associação Amparo Familiar e da Cooperativa dos Agricultores Familiares da Região Serrana do Espírito Santo (Caf Serrana), Selene Tesch, e do diretor da associação APSAD-Vida, Deolindo Buteske. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (9) na Ceasa, na presença do presidente da Ceasa, Fernando Castro Rocha, e sua equipe administrativa. 

Com o entreposto exclusivo para orgânicos na Ceasa de Cariacica, o objetivo é expandir o mercado, hoje restrito às feiras, chegando também aos pequenos comércios não especializados, beneficiando um número ainda maior de consumidores sedentos de alimentos mais saudáveis. 

“Hoje é inviável para o agricultor levar, de Santa Maria de Jetibá, pequenas quantidades de produtos para comércios de bairros na região metropolitana. Com o entreposto, isso será possível”, explica, confiante, o secretário municipal de Agropecuária, Egnaldo Andreatta, citando o estado do Paraná como referência, onde experiência semelhante já é realidade há onze anos. 

A ideia é que o entreposto orgânico na Ceasa seja gerido, além da Ceasa e Secretaria de Estado de Agricultura (Seag), pelas próprias associações e cooperativas de agricultores. 

“Foi uma primeira conversa. Os detalhes ainda serão definidos nas próximas tratativas”, diz o secretário. 

 

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