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​Esgoto degrada cinturão verde em Área de Preservação Ambiental da Serra

Moradores conectaram redes de esgoto à nascente, desembocando no cinturão verde e na praia de Costa Bela

A explosão demográfica dos últimos anos e a falta de saneamento básico culminaram em degradação ambiental no bairro Costa Bela, na Serra, na Grande Vitória. Moradores se queixam que, com o boom imobiliário, e, consequentemente, a chegada de novos habitantes, muitos deles conectaram suas redes de esgoto em uma nascente, em vez de fazer fossa séptica, como era comum entre os moradores mais antigos. Muitos dejetos, então, passaram a desembocar em um cinturão verde localizado em uma Área de Preservação Ambiental (APA).

Divulgação

Ao chegar no cinturão, os dejetos seguem percurso rumo ao mar. O resultado disso, afirmam, tem sido a poluição das águas, morte de animais e suas saídas de seu habitat natural como tentativa de sobrevivência. O técnico de planejamento Charles Barbosa de Oliveira afirma que o cinturão verde virou um “pinicão”. De acordo com ele, por não terem mais água limpa para beber os animais estão procurando outros lugares, sendo comum encontrar nas ruas macacos, lagartos e tatus, por exemplo.

Além disso, a praia de Costa Bela, que antes era própria para banho, hoje já não é mais. Isso, afirma, tem afetado as vidas marinhas, pois já foram encontradas tartarugas mortas no local. O esgoto jogado no cinturão verde tem se avolumado, relata Charles, já quase atingindo as residências. A mais próxima delas é a de sua mãe, que mora perto do cinturão e sua casa está prestes a ser atingida pelos dejetos. Há outras casas próximas que, com o passar do tempo, podem passar a sofrer com o mesmo problema.

Divulgação

A reivindicação dos moradores é que seja feito saneamento e que as pessoas que ligaram sua rede de esgoto à nascente sejam notificadas. Charles informa que a Companhia Espirito Santense de Saneamento (Cesan) foi acionada e esteve no local há cerce de três meses, coletou uma amostra da água, mas não apresentou o resultado nem alguma ação a ser desenvolvida. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também foi acionado e chegou a encaminhar um posicionamento da gestão de Sérgio Vidigal (PDT) para Charles.

No documento, respondido em agosto último pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), a Prefeitura informou que a Ambiental Serra, concessionária que atua no município, “será notificada a apresentar o cronograma de implantação da rede no bairro”. Sendo o prazo distante, segundo o documento “faz-se a necessidade de notificar todos os moradores do bairro a implantar sistema próprio, trabalho este a ser orientado e gerido pelo setor de Saneamento Ambiental”.

Em caso do prazo da Ambiental Serra ser considerado razoável, a PMS apontou que, “para a implantação da rede no bairro, será feito um trabalho de notificação para a adesão dos factíveis, trabalho este a ser orientado e gerido pelo setor de saneamento ambiental”. Contudo, afirma Charles, ele chegou a ouvir que alguns moradores foram notificados, mas não viu nenhum documento formal a respeito disso nem alguma ação da concessionária na região.

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