Essa foi a decisão da assembleia realizada nessa terça-feira (27) pelos servidores, em que ficou constatado que a maioria dos itens da pauta não foi atendida pelo governo estadual, que, deliberadamente, privilegia o agronegócio em detrimento da agricultura familiar.
“Quando conseguimos avanços para os servidores, isso repercute positivamente para a agricultura familiar. Os agricultores familiares e os movimentos sociais do campo são parceiros da associação”, enfatiza o presidente da Assin, Samir Seródio Amim Rangel,
“O estado de greve é um posicionamento político da associação e da categoria em função do descaso do governo, a intransigência do governador ]Paulo Hartung] em não fazer um diálogo maduro com os servidores, que atendem a agricultura familiar”, explica o diretor financeiro da Assin, Adolfo Bras Sunderhus, que também é coordenador executivo da Federação Nacional dos Trabalhadores da Assistência Técnica e Extensão Rural e do Setor Público Agrícola do Brasil (Faser).
O estopim para deflagrar o estado de greve foi a não entrega do plano de reestruturação da autarquia, apesar do compromisso firmado pela diretoria do órgão, que o faria na data desta assembleia. O temor dos servidores, segundo matéria divulgada pelo Sindicato dos Servidores e Trabalhadores Públicos do Espírito Santo (Sindipúblicos), é de que o plano venha a ser aprovado “a toque de caixa na Assembleia Legislativa, sem um debate democrático com a categoria”.
Prestes a completar aniversário, a pauta de reivindicações inclui a revisão da tabela salarial, com a recomposição das perdas inflacionárias; revisão do Plano de Cargos e Salários; concurso público, participação, transparência e democratização da gestão e melhoria na aplicação do orçamento do Instituto; cumprimento das Normas Regulamentadoras de segurança no trabalho; a não terceirização dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater); e a qualificação dos profissionais.
A pauta deve ser atualizada na assembleia do dia 14, com itens relacionados a condições de trabalho e perda de orçamento. “Nos últimos quatro anos, esses problemas se acentuaram”, afirma Adolfo. A intenção é “solidificar a pauta pra fazer esse enfrentamento”.
O atendimento aos agricultores familiares, ressalta o sindicalista, “acontece mais pela vontade e determinação dos servidores do que pela iniciativa do governo”. “Há um respeito mútuo”, afirma, referindo-se à relação histórica de confiança entre servidores e agricultores.