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Estado realiza 1ª Feira Capixaba de Produtos da Reforma Agrária

A agroecologia é um projeto político do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). E a comercialização do excedente de produção, uma forma de diálogo com a sociedade, mostra que a reforma agrária produz alimento. As feiras, por sua vez, têm a característica de permitir o diálogo direto entre o consumidor e o produtor e a venda do produto a preços compatíveis com a aliança política que o movimento quer construir com a sociedade.

Essa é a essência e a orientação filosófica que sustentam a 1ª Feira Capixaba de Produtos da Reforma Agrária, que acontece nos próximos dias primeiroe e três Praça Costa Pereira, no Centro da Capital. “Podemos dialogar com a sociedade também através da produção. E o produtor é camponês, tem respeito e cuidado com a vida”, argumenta Daniel Mancio, professor universitário e membro da coordenação estadual do MST.

Comercialização de alimentos, plantas ornamentais e artesanatos, apresentações culturais, realização de debates. A programação de quinta e sexta vai de 7h às 20h. No sábado, de 7h às 13h. As atrações culturais incluem samba, forró, teatro, capoeira e hip-hop.

Os debates já confirmados acontecem às 15h. Na quinta-feira, sobre a campanha contra os agrotóxicos, com Nívea Regina (MST-RJ), coordenadora da campanha em nível nacional, e com Demetrius de Oliveira, coordenador geral da ONG APTA (Associação de Programas em Tecnologias Alternativas), uma das principais apoiadoras da agroecologia no Espírito Santo. Na sexta, o tema é Agroecologia & Soberania alimentar, com a presença de Rose e Diógenes, do MST-ES.

“A Reforma Agrária é uma das principais políticas para a promoção da melhoria da qualidade de vida, de combate às desigualdades sociais, de proteção ao meio ambiente e de construção de novos valores”, afirma o material de divulgação da Feira. O Espírito Santo foi um dos primeiros estados da federação em que o MST começou a trabalhar. O primeiro assentamento foi feito em 1985, em São Mateus, norte do Estado, e ainda hoje se mantém como um importante centro de formação do movimento.

Ao longo de 31 anos, o MST participou diretamente da realização de 62 assentamentos, beneficiando cerca de três mil famílias em 30 mil hectares. Outras 750 famílias aguardam, acampadas. A orientação é de 10 hectares por família, totalizando uma demanda de 7.500 hectares – uma fatia muito pequena diante dos quase um milhão de hectares de pastos improdutivos (Dados do Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba – Pedeag), que são prioritariamente destinados às monoculturas, especialmente as de eucalipto). 

“Precisamos de uma política de Reforma Agrária que atenda à demanda social, política e econômica de produção de vida, de recursos, de renda, de alimentos, e que promova a recuperação ambiental”, convoca Daniel. Hoje, a  Reforma Agrária demanda menos de 1% das terras improdutivas no Estado.

Programação
 
1/9 – Quinta-feira
7h Montagem Feira
13h Cultural Batucada da Juventude Sem Terra
14h Teatro do Oprimido – Máquina do Ódio (CA – SSO/ UFES)
Exposição Feira
15h Seminário Campanha Contra os Agrotóxicos
19h Ato de Abertura da “I Feira Capixaba de Produtos da Reforma Agrária”
20h Chapéu de Palha
22h Encerramento
 
2/9 – Sexta-feira
7h Abertura da Feira
9h Recepção de escolas
Programa Rádio Soy Loco por Ti na Feira
13h Cultural Roda de Capoeira
14h Teatro do Oprimido –  Há uma saída? (PET – Eco/ UFES)
Exposição Feira
15h Seminário Agroecologia e Soberania Alimentar
18h Lançamento marca do MST-ES “TERRA DE SABORES”
19h Hip-Hop
20h Regional da Nair
22h Encerramento
 
3/9 – Sábado
7h Abertura Feira
11h Cultural Roda de Samba
12h Ato de Encerramento Feira

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