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‘Felipe Rigoni é contra o trabalhador e o meio ambiente’, denuncia Psol

Partido expõe voto a favor de agrotóxicos do deputado e cobra de Casagrande que reveja indicação à Seama

Billy Boss/Agência Câmara

O anúncio do deputado federal Felipe Rigoni (União) para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama) na próxima gestão de Renato Casagrande (PSB) encontrou a primeira firme oposição política ainda no dia do anúncio, nessa quarta-feira (28), a partir do Psol, que denuncia a atuação do parlamentar no Congresso Nacional como contrária ao trabalhador e ao meio ambiente.

O partido, que apoiou a reeleição do governador no segundo turno, pergunta em suas redes sociais: “quem vota a favor da liberação de agrotóxicos vai ser secretário de estado de Meio Ambiente?” e lembra também que “70% de suas votações como parlamentar foram contra o trabalhador”. A posição é explícita em não aceitar a escolha feita por Casagrande. “Cobramos sim e queremos mudanças verdadeiras!”

Integrante do diretório municipal do Psol em Vitória e colaboradora do posicionamento público do partido contra a indicação de Rigoni à Seama, Ane Halama reforça a postagem. “A gente vai trabalhar para que essa indicação seja revista. A exemplo de algumas que já foram revertidas, vamos pressionar sim para que Casagrande reveja essa escolha para a pasta de Meio Ambiente”. 

Candidata não eleita à Câmara Federal em outubro, Ane Halama ressalta que o partido “saiu fortalecido dessa eleição” e “tem força e voz no Estado”, inclusive para cobrar revisões de escolhas feitas no Palácio Anchieta. “Em razão das circunstâncias do segundo turno, apoiamos totalmente a reeleição de Renato Casagrande e, com isso, se sente legitimado a não aceitar determinadas posições, e essa é uma delas. O Rigoni não é só contra o meio ambiente, é também contra o trabalhador. A gente não pode permitir o lobo tomando conta das ovelhas”, afirma. 

Na mesma toada, a deputada estadual eleita e diplomada Camila Valadão afirma que fala “com tranquilidade, como alguém que esteve com Casagrande no segundo turno e que tem interesse que  o governo dê certo”, mas que não pode concordar com a indicação feita por Casagrande para a Seama. 

“Nos preocupa muito a indicação de um secretário com perfil do Rigoni e é uma surpresa. Além da trajetória e posicionamentos no Congresso contrários ao trabalhador e ao meio ambiente, ele não tem nenhuma construção positiva nessa área. Não queremos legitimar isso como se estivesse tudo bem. Não está tudo bem. A área ambiental é muito cara para nós e merece muito mais no Espírito Santo”. 

Sal-gema

Outro ponto controverso da trajetória parlamentar de Rigoni na área socioambiental é seu apoio declarado à exploração de sal-gema em Conceição da Barra, no norte do Estado

Com site específico sobre o assunto, destacando promessas de investimentos e empregos, sem qualquer consideração relevante sobre a proteção ambiental e os direitos das comunidades atingidas, o deputado ignora os fatos e a história da mineração do sal fóssil em outras partes do país, incluindo a capital alagoana, onde dezenas de milhares de famílias estão sendo retiradas de suas casas devido ao afundamento do solo provocado pela extração de sal-gema pela Brasken. 

“Onde quer que se explore sal-gema é um desastre. Não existe sequer um exemplo de local onde não há impactos enormes contra a água e as comunidades. No Espírito Santo, haverá grande impacto contra quilombolas, sem terra e camponeses, será também um desastre”, alerta o coordenador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional no Espírito Santo (Fase-ES), Marcelo Calazans.

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