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Fundação Renova vai se reunir com atingidos sobre cadastros ao norte da Foz do Rio Doce

A diretora de Desenvolvimento Institucional da Fundação Renova, Andrea Aguiar Azevedo, confirmou participação em uma reunião convocada pela deputada estadual Eliana Dadalto (PTC) na próxima sexta-feira (7), em seu gabinete, na Assembleia Legislativa, para discutir o cadastro dos atingidos pelo crime da Samarco/Vale-BHP ao Norte da Foz do Rio Doce.

Representantes das comunidades de Povoação, Pontal do Ipiranga e Regência também já confirmaram presença, podendo haver mais adesões no decorrer da semana. “Não dá! Vinte meses sem assistência! Praticamente foi feito somente um cadastro aleatório, que não atendeu a todas as famílias”, denunciou a deputada.

Eliana Dadalto anunciou a reunião no Plenário da Assembleia Legislativa, na última quarta-feira (28), em meio a um pronunciamento em que reclamou da ineficiência dos cadastros feitos pela Renova e da falta de iniciativa dos deputados estaduais capixabas, principalmente os que, como ela, compõem a Comissão Interestadual de Parlamentares para Estudos Sustentáveis da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce).

“E faço um clamor aqui à Cipe: vamos fiscalizar a Fundação Renova, que foi responsável, a Samarco criou essa Fundação justamente para acompanhar, para dar garantia a essas famílias, e infelizmente não está chegando o necessário, a receita não chega a essas pessoas, o benefício não chega a essas pessoas”, convocou.

Eliana enfatizou que todos os balneários do norte do Estado estão afetados pela lama e que todas as famílias, seja de comerciantes, pescadores, agricultores, também. Esse é o sentimento e a reivindicação das comunidades atingidas, reunidas em Fóruns regionais e estadual, que vêm cobrando, desde o crime, em novembro de 2015, atendimento aos seus direitos como atingidos.

Abandono

Auxílio mensal, indenizações, atenção médica, informações sobre a contaminação das águas e dos peixes, fornecimento de água potável, programas de geração de renda, enfim, nada disso tem sido feito pelas empresas nem por sua Fundação, tampouco pelo Estado.

Na Justiça, os processos caminham lentamente. Nesta semana, a Justiça Federal de Minas Gerais ainda decidia sobre a manutenção da BHP como ré no processo. E o próprio reconhecimento das comunidades ao Norte da Foz como atingidas ainda não aconteceu, apesar da Deliberação 58 do Comitê Interfederativo (CIF), do dia 31 de março de 2017, ter determinado o reconhecimento e o cadastro de todas as comunidades litorâneas entre Nova Almeida/Serra e Campo Grande/São Mateus.

Em sua fala no Plenário, a parlamentar lembrou a manifestação que acompanhou, na última segunda-feira (26) pelas ruas de Linhares, organizada pelas comunidades atingidas. “Mais de 200 famílias com crianças no colo, caminhando. Eu chorei de ver aquelas pessoas que não têm o suficiente pra dar alimentos pros seus filhos. Isso é de cortar o coração”, disse.

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