Fica mais barato para o governo brasileiro apoiar a produção de energia elétrica a partir do Sol do que incentivar a população a economizar energia, aumentar a produção das termelétricas ou importar energia dos países vizinhos.
A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), entidade que congrega empresas e profissionais da cadeia produtiva do setor no Brasil, diante das recentes medidas adotadas pelo Ministério das Minas e Energias (MME) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que inclui mais um aumento na conta de energia da população, por meio da chamada bandeira da escassez hídrica, que vai vigorar até abril de 2022.
A taxa da bandeira da escassez hídrica será de R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh). A justificativa de Brasília é que vivemos a pior seca em 91 anos e, com as hidrelétricas operando no limite, é preciso aumentar a geração de energia elétrica por meio de usinas termoelétricas, que têm custo mais alto.
Segundo a Aneel, o déficit na conta de bandeiras tarifárias está em R$ 5,2 bilhões. Além disso, o Brasil precisará importar energia de países vizinhos, ao custo de R$ 8,6 bilhões. Outra medida lançada é o Programa de Redução Voluntária de energia elétrica, voltado para os chamados consumidores regulados, que incluem empresas, e vai perdurar até o final do ano que vem. Por meio dele, o governo vai pagar um prêmio de R$ 50 por 100 kWh reduzido. A expectativa é reduzir a demanda de energia em 914 megawatt hora (mWh) médio, volume de energia suficiente para atender 4 milhões de domicílios e que representa cerca de 1,41% da carga do Sistema Interligado Nacional.
A causa e a solução para o risco de apagão energético são contestados por diversos especialistas em meio ambiente e energia elétrica. Para a Absolar, o caminho passa pelas placas fotovoltaicas. “As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, destaca o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.
“Graças à versatilidade e agilidade da tecnologia solar, basta um dia de instalação para transformar uma residência ou empresa em uma pequena usina geradora de eletricidade limpa, renovável e acessível. Já para uma usina solar de grande porte, são menos de 18 meses desde o leilão até o início da geração de energia elétrica. Assim, a solar é reconhecidamente campeã na rapidez de novas usinas de geração”, explica.
A defesa do Sol ocorre no momento em que o Brasil acaba de ultrapassar a marca histórica de 10 GW de potência instalada, considerando a produção centralizada em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas individuais instalados pelos próprios consumidores em residências e em empreendimentos rurais e urbanos. “Somados, os sistemas fotovoltaicos representam mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América Latina”, compara a Associação.
Mais economia e menos gás carbônico
O Espírito Santo é o 17º no ranking nacional, com 1,9% de todo o parque brasileiro. Há conexões operacionais de energia solar instaladas em telhados e pequenos terrenos de todos os 78 municípios capixabas, somando 9,2 mil sistemas atendendo a 10,4 mil consumidores que já contam com redução na conta de luz e maior autonomia e segurança elétrica.
Para Vitor Romero, coordenador estadual da Absolar no Espírito Santo, o avanço da energia solar é fundamental para o desenvolvimento social, econômico e ambiental e ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco da ocorrência de bandeiras vermelhas na conta de luz da população. “O Espírito Santo é um importante centro de desenvolvimento da energia solar. A tecnologia fotovoltaica representa um enorme potencial de geração de emprego e renda, atração de investimentos privados e colaboração no combate às mudanças climáticas”, afirma.
A entidade calcula que o setor já atraiu mais de meio milhão de reais em investimentos para o Estado desde 2012, com geração de mais de 3,5 mil empregos e arrecadação de R$ 152 milhões aos cofres públicos.
Em âmbito nacional, a estimativa é de mais de R$ 52,7 bilhões em investimentos e mais de 300 mil empregos acumulados no período. A conta é favorável também para o clima, pois 10,7 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidos por meio da geração de energia solar.
Solar ultrapassa termelétricas fósseis
No segmento de geração centralizada, o Brasil possui 3,5 GW de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, o equivalente a 1,9% da matriz elétrica do País. Em 2019, a solar foi a fonte mais competitiva entre as renováveis nos dois Leilões de Energia Nova, A-4 e A-6, com preços-médios abaixo dos US$ 21,00/MWh. Em julho de 2021, repetiu o feito nos leilões A-3 e A-4, com os menores preços-médios dos dois leilões, abaixo dos US$ 26,00/MWh. Com isso, a solar consolidou a posição de fonte renovável mais barata do Brasil.
Já na geração própria de energia, são 6,5 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a mais de R$ 33 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração própria no País, liderando com folga o segmento.
Ao somar as capacidades instaladas das grandes usinas e da geração própria de energia solar, a fonte solar ocupa o quinto lugar na matriz elétrica brasileira. Recentemente, a solar ultrapassou a potência instalada de termelétricas movidas a petróleo e outros fósseis, que representam 9,1 GW da matriz elétrica brasileira.
Orçamento
No
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