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Gilsinho acusa presidente da Vale de ter mentido na CPI do Pó Preto

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, mentiu na CPI do Pó Preto, acusou nesta quarta-feira (29) o deputado Gilsinho Lopes (PR). Mesmo depondo sob juramento de dizer a verdade, ele foi pego na mentira ao afirmar que a empresa não espiona os movimentos sociais, entre outros. A afirmação do deputado foi na reunião ordinária da CPI, a partir das 13 horas. 
Pouco antes, na leitura da ata anterior, foram apresentados três requerimentos da Vale. A empresa, que na CPI assumiu a responsabilidade por parte dos poluentes do ar, 15,8%  do total das emissões, voltou atrás. Procurou fugir da responsabilidade, exigindo novo estudo sobre as fontes da poluição, e afirmou que os dados atribuídos à empresa são anteriores à medidas que a Vale disse ter adotado.
Em outro requerimento,  a empresa, por seu diretor Maurício Max, voltou a negar, como o presidente Murilo Ferreira em seu depoimento, que a empresa pratique espionagem. A denúncia de espionagem foi feita pelo deputado Gilsinho Lopes durante o depoimento de Murilo Ferreira no último dia 23.
Após a leitura dos requerimentos da Vale, Gilsinho Lopes voltou à carga. Denunciou que a Vale não só filmou, como forneceu o material ao Ministério Público Estadual (MPES). Um dos promotores criticados fez ação judicial a partir deste material. O deputado afirmou que o promotor disse em entrevista à televisão que a Vale é empresa parceira, e por esta razão, deveria se considerar impedido de participar de qualquer ação em relação à Vale.
Foi além, assegurando que a mentira do presidente da Vale foi clara, negando que as denúncias de espionagem publicadas na imprensa nacional tivessem sido apuradas e arquivadas pelo Ministério Público nos estados onde a espionagem  foi denunciada. 
“O presidente da Vale mentiu a esta CPI, mesmo depondo sob juramento de dizer a verdade”, afirmou o deputado Gilsinho Lopes. No Estado, o próprio deputado e outros parlamentares foram vítimas da espionagem da Vale.
No seu depoimento à CPI, Murilo Ferreira qualificou apenas como “incômodo” o que os poluentes do ar produzem nas pessoas. Os agentes produzem doenças alérgicas, respiratórias e, entre outras, câncer. E também aumenta a mortalidade no Estado. A Vale junto com a ArcelorMittal Tubarão e Cariacica são as grandes poluidoras do ar  na Grande Vitória.
Depoimentos
Os depoimentos desta quarta-feira foram de Aristóteles Passos Costa Neto, presidente e diretor de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), e do  presidente da Multilift, Pedro Paulo Fatorelli Carneiro. A empresa atua nas áreas de logística e comércio internacional.
O presidente do Sinduscom admitiu que a construção civil gera pó, mas não o pó preto: produz pó branco, cinza, entre outros. E que a poluição que produz não é quantificada, e que ocorre pontualmente, quando ocorre. Disse também que o sindicato atua junto às empresas buscando evitar a poluição. Na prática, não foi questionado pelos deputados.
Já o presidente da Multilift, Pedro Paulo Fatorelli Carneiro, discorreu sobre a empresa. Admitiu que está sendo multado pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) por não cumprir condicionantes em uma das áreas de atuação da empresa, no bairro Alvorada, em Vila Velha. Assinalou que a Multilift está cercada de empresas que poluem, como duas usinas de asfalto, que usam óleo pesado, e duas de extração de rocha, entre outras.
Foi orientado a adotar as providências necessárias, como concluir o pátio de estocagem, que disse ter feito na quase totalidade. Se comprometeu a seguir as orientações, tanto do Iema como dos deputados da CPI.
No próximo dia quatro, às 9 horas, a CPI do Pó Preto ouvirá duas ex-secretárias da Secretaria de Estado de Meio Ambiete (Seama): Maria da Gloria Brito Abaurre e Diane Mara Ferreira Varanda Rangel. As duas são acusadas de favorecer as poluidoras durante seus mandatos.

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