sábado, novembro 16, 2024
22.1 C
Vitória
sábado, novembro 16, 2024
sábado, novembro 16, 2024

Leia Também:

Golfinho morto em Vila Velha é enterrado na praia em estado de decomposição

O primeiro caso de golfinho encontrado morto no litoral capixaba este ano aconteceu na praia do Barrão, na Barra do Jucu, em Vila Velha. A análise feita no local, pela equipe da Scitech – consultoria contratada pela Petrobras, em decorrência de uma condicionante ambiental, responsável pelo monitoramento e recolhimento de animais vivos e mortos em toda a costa capixaba – indica que a causa da morte foi a captura acidental em rede de pesca, o motivo mais comum que acomete golfinhos e tartarugas marinhas. Enrolados nas redes, esses animais, que possuem respiração pulmonar, não conseguem subir à superfície e acabam morrendo afogados.

Devido ao avançado estado de decomposição, o golfinho (ou boto-cinza) chegou a ser enterrado em um local deserto da praia, com autorização do Instituto Orca. Mas posteriormente, técnicos do Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram) – também contratado como parte da condicionante ambiental da Petrobras e responsável pela reabilitação de animais marinhos – o retiraram da praia para uma tentativa de necrópsia.

Em média, quatro golfinhos são encontrados mortos no litoral capixaba todos os meses. Já as tartarugas marinhas são encontradas mortas quase todos os dias. “As tartarugas são mais vulneráveis, elas comem muito lixo achando que é comida. Os golfinhos vivem um pouco mais afastados da costa e não se enganam tanto”, explica o auxiliar técnico da Scietech, Lucas Andrade.

População pode ajudar na fiscalização

Lucas apela para que a população colabore, denunciando redes de pesca instaladas indevidamente. “As pessoas muitas vezes veem o problema, mas não acionam a fiscalização. Poderia ajudar muito, pois o número de policiais e fiscais é muito reduzido”, apela Lucas.

Segundo o auxiliar técnico, a legislação federal impede as redes trasmalhas numa distância até 200 metros da praia e uma lei estadual aprovado no final de 2016, reforça essa proibição para a praia da Curva da Jurema, mas ainda não conseguiu reverter a situação, pois redes de pesca são colocadas na região constantemente.

A presidente da CPI dos Maus-Tratos aos Animais da Assembleia Legislativa, deputada Janete de Sá (PMN), enviou ofício para o IBAMA e para a Secretaria de Meio Ambiente da PMVV, para aumentar e fiscalização e a punição ao combate a pesca predatória na orla capixaba. “Precisamos agir para proteger os animais marinhos que constantemente aparecem mortos no nosso litoral depois de não conseguir se livrar das redes que são colocadas de maneira irregular na orla capixaba”, declarou a deputada Janete de Sá.

Mais Lidas