A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) informou que o reservatório de Rio Bonito alcançou 38% de sua capacidade e que a vazão foi recuperada, tanto acima quanto abaixo da represa. Mas alerta que é necessário manter o consumo racional da água, porque é preciso ainda muito tempo para afastar o fantasma da escassez de água.
Os produtores rurais atendidos pelo Sistema Santa Maria também foram beneficiados com o aumento da vazão do rio. A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) suspendeu temporariamente a Resolução 038/2016, que proíbe a captação de água para irrigação e outros fins que não sejam o abastecimento humano e a dessendentação animal nos municípios em situação extremamente crítica em relação ao abastecimento de água.
Com a medida, a captação de água volta a ser permitida durante a noite, das 18 às 5 horas, em todo o Estado. Durante o dia, das 5 às 18 horas, a captação de água para fins que não sejam o abastecimento humano e a dessedentação animal continua proibida.
A Agerh reforça que a suspensão é temporária, ou seja, se houver queda na vazão dos rios a resolução 038/16 pode entrar em vigor novamente.
No interior, cinco localidades ainda estão sob racionamento de água, sendo que 15 já normalizaram o abastecimento. São elas: Conceição da Barra, Itamira/Ponto Belo, Itabaiana/Mucurici, São Roque do Canaã e Vila Pavão.
O volume de água economizado durante o racionamento, segundo o governo do Estado, chegou a 1,6 bilhão de litros, o equivalente ao consumo da cidade da Serra durante 36 dias (considerando a recomendação da ONU, de 110 litros por pessoa por dia). Em percentuais, houve redução de 15% no volume captado do Rio Santa Maria e, no Jucu, que suspendeu o rodízio no dia 7 de outubro, a economia foi de 12%.
Lamentável observar que, mesmo diante da maior crise hídrica dos últimos 80 anos, porém, o investimento em reflorestamento continua ínfimo, apesar do alarde e pompa com que são anunciados pelo governo do Estado. Enquanto o Programa Reflorestar recebeu cerca de R$ 25 milhões, para plantio de parcos seis mil hectares (área equivalente à que liberada para o aumento da monocultura de eucaliptos no norte/noroeste) e reconhecimento de outros seis mil de floresta em pé, os gastos com barragens já ultrapassam os R$ 90 milhões.