Nesta quinta-feira (21), em que se comemorou o Dia Nacional da Terra e do Dia Mundial da Floresta, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) fez jus à data e anunciou a retomada do Projeto de Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite (PMDBBS).
Interrompido em 2010 por conta do fim de uma parceria mantida entre o instituto e o Banco Mundial, o projeto permite que o Ibama mapeie os biomas brasileiros ameaçados pelo desmatamento e identifique e fiscalize focos de atividades ilegais.
O projeto monitora todos os biomas do País, exceto a Amazônia, de responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Assim, Caatinga, Cerrado, Pampa, Pantanal e Mata Atlântica poderão novamente, após três anos, ter seus dados computados pelo governo federal, no intuito de ter uma maior eficiência para a conservação da biodiversidade e no combate à degradação ambiental.
Agora, o instituto vai investir recursos próprios no projeto, para garantir o funcionamento pelos próximos quatro anos, com investimento total previsto em R$ 7,2 milhões para o período. O Ibama espera que, a partir de 2017, consiga manter a iniciativa ativa de maneira intermitente, com recursos da União.
O Ibama quer, em 2013, retomar o trabalho perdido desde 2010 e, para isso, vai fazer um trabalho retroativo. Segundo informações do portal Terra, o instituto deve terminar já em 2014 o fechamento dos dados referentes a 2011 e 2012.
ES entre os mais desmatadores da Mata Atlântica
Os cinco maiores desmatadores do País são os estados de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo. A informação foi apresentada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Fundação SOS Mata Atlântica em 2012, em estudo que apontou o município de Linhares como o maior responsável pela representação capixaba no ranking do desmatamento brasileiro.
O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica apontou o município, onde está a maior área contínua de Mata Atlântica, como o oitavo mais desmatado do País, no período de maio de 2010 a maior de 2011. Só em Linhares foram destruídos 320 dos 364 hectares desmatados em todo o Estado. Isso significa que o município, sozinho, responde por 63% do desmatamento das florestas de Mata Atlântica no Estado.
No caso de Linhares o desmatamento se deu prioritariamente em área de mata, segundo os dados da ONG. A informação é que a região não possui mangue e não foram registradas supressões em áreas de restinga.
O desmatamento na região colocou o Espírito Santo em 5° na lista dos Estados que mais desflorestaram a Mata Atlântica. No topo do ranking ficaram Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
Segundo o estudo, em todo o País, os desmatamentos registrados correspondem a 12.822 hectares de matas, 435 hectares de supressão de vegetação de restinga e 56 hectares de supressão de vegetação de mangue.