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Iema garante que mancha no mar de Itaúnas não é a lama da Samarco/Vale-BHP

A mancha marrom registrada no mar de Itaúnas, em Conceição da Barra (norte do Estado), não tem relação com o crime do rompimento da barragem da Samarco/Vale-BHP. A garantia é do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), que aponta para a ocorrência de um fenômeno chamado “bloom”, caracterizado pelo rápido desenvolvimento de cianobactérias.
A equipe de monitoramento do Iema realizou análises na água após denúncias feitas no início de abril, quando foi verificada a alteração na coloração da água similar à lama de rejeitos na área do Parque Estadual de Itaúnas.
No primeiro ponto de coleta, na altura das Dunas de Itaúnas, o órgão disse ter encontrado nitrato e fósforo com valores elevados, o que indica um ambiente propício ao crescimento de microrganismos. Já o oxigênio dissolvido estava com valor reduzido, apontando para seu consumo por cianobactérias, conhecidas por formar extensas colônias.
Também foi realizada análise na foz artificial do rio Itaúnas. Os níveis de nitrato, fósforo total e oxigênio dissolvido estavam, da mesma maneira,  alterados pela proliferação de cianobactérias. Além disso, no local havia número elevado de Escherichia coli, organismo associado ao lançamento de esgoto, que pode ter relação com a proximidade ao centro urbano de Conceição da Barra. 
O Iema afirma que o “bloom” pode ter ocorrência natural nos oceanos e é facilitado pelas condições meteorológicas semelhantes às encontradas no litoral capixaba no último mês, com pouca influência de vento e baixa circulação. 
Mas devido à presença de ferro na água, o órgão não descarta a possibilidade de a lama concentrada na foz do rio Doce, em Regência, Linhares, ter influenciado o aparecimento do fenômeno. 
Os técnicos do órgão recomendam que as pessoas observem a recorrência do “bloom” com atenção para o aparecimento da “maré vermelha”, uma grande aglomeração de microalgas que podem estar associadas a presença de cianobactérias. Neste caso, porém, a ingestão de peixes ou frutos do mar contaminados pode liberar toxinas que causam mortes aos seres aquáticos e riscos à saúde humana. 
O Iema avaliou ainda a concentração de metais pesados na água, mas afirma não ter encontrado índices acima dos permitidos pela resolução (357/05) do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

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