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Iema prepara redução da zona de amortecimento do Parque de Pedra Azul

A criação de Grupo de Trabalho para “revisão da Zona de Amortecimento do Parque Estadualde Pedra Azul e regulamentação dos usos compatíveis em seu interior” é, para qualquer bom conhecedor da elevada especulação imobiliária da região, o prenúncio da redução e flexibilização do uso da área.

Endereço de mansões e sítios de lazer de empresários e políticos poderosos do Espírito Santo – inclusive o governador Paulo Hargung –, além de loteamentos e condomínios cada vez mais valorizado no mercado, o entorno do Parque da Pedra Azul sofre constantes agressões ambientais, desde a criação da unidade de conservação.

O Grupo de Trabalho é formado por seis técnicos do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e tem a missão de “realizar os estudos necessários à revisão da ZA e propor o zoneamento”, determinando quais usos poderão ser feitos na área. Essa é uma demanda do Ministério Público desde 2011, quando o órgão publicou uma notificação recomendatória para revisão da ZA, mas que só agora o Estado resolveu colocar em prática.

Hoje, a zona de amortecimento da Pedra Azul tem em média 11 quilômetros de largura, o que é considerado exagerado pelos especialistas em unidades de conservação. Considerando as decisões mais recentes a respeito de ZAs, a redução deve procurar alcançar uma média de três a quatro.

Considerando, porém, o poder econômico envolvido, a baixa eficiência do órgão gestor e a mais baixa ainda vontade política de efetivamente fazer prevalecer os interesses socioambientais das unidades de conservação públicas, o que se pode esperar da medida é que os gestores tenham uma área menor a lhes gerar dor de cabeça, com mansões e piscinas – e quem sabe até eucaliptais – se aproximano cada vez mais dos limites do parque. 

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