Exatamente um mês depois de encerrada a I Jornada Campo-Cidade por Nenhum Direito a Menos, no dia 15 de julho, os trabalhadores do campo integrantes do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), além de membros de movimentos e entidades que apoiam a causa da agricultura familiar, começaram, nesta segunda-feira (15), a chegar à Capital para a segunda edição da mobilização.
A programação prevê a estadia dos manifestantes até quinta-feira (18). Serão cerca de 1,2 mil pessoas, vindas da maior parte dos municípios capixabas. O local de concentração é o espaço social do Sindicato dos Bancários, no Centro de Vitória.
O principal ponto de pauta continua sendo a dívida dos agricultores familiares com as instituições de financiamento. Os compromissos não estão sendo cumpridos devido à queda abrupta de produtividade, em média de 70%, que tem dificultado até mesmo a subsistência básica das famílias, tornando impossível a quitação dos compromissos com os bancos.
O segundo ponto de pauta é a criação de um fundo emergencial, um auxílio imediato para ajudar a prover a sobrevivência das famílias. Já o terceiro ponto requer investimentos significativos em recuperação ambiental, principalmente reflorestamento para regeneração de nascentes e mata ciliar. E, finalmente, a luta pela manutenção dos direitos sociais e trabalhistas, ameaçados gravemente pelo governo interino de Michel Temer.
O balanço da primeira Jornada foi positivo, com grande receptividade ao diálogo, demonstrada pelos órgãos públicos solicitados, com exceção do gabinete do governador Paulo Hartung (PMDB), que novamente não recebeu os trabalhadores rurais.
Sabidamente contrário à luta camponesa e defensor do agronegócio, Hartung, este ano, se limitou a providenciar, após quase um ano de reivindicações dos camponeses, uma audiência relâmpago com o MPA no último dia 10 de abril, na qual permaneceu por poucos minutos. E desde então, quatro meses depois, nada do que foi discutido se tornou realidade.