O efetivo existente hoje no Parna equivale a menos da metade do ideal, informa Salomão, com base no Plano de Manejo da unidade de conservação, que indica pelo menos 40 brigadistas. A explicação seria o não pagamento da empresa anteriormente responsável pelo serviço, que, então, desistiu do contrato.
“O que soubemos é que não há recursos pra contratar mais brigadistas”, informa Dalva Ringuier, diretora-executiva do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó (Consórcio Caparaó).
A diretora-executiva reclama da ausência total de comunicação por parte do novo chefe do Parque, Wellington Antonio Lopes – que assumiu o cargo em agosto último – para com o Consórcio e comunidades do Caparaó Capixaba.
“Não está havendo comunicação. Nós ficamos sabendo do incêndio pelas redes sociais e a comunidade do entorno não sabe que o parque continua queimando. Isso nunca aconteceu antes. As comunidades sempre se colocavam à disposição pra ajudar, mobilizando voluntários, ex-brigadistas, Corpo de Bombeiros. O próprio Consórcio já custeou a estadia do Corpo de Bombeiros por mais de dez dias em Ibatiba. Desta vez, o Parque não nos comunicou, nem para pedir ajuda”, protesta Dalva.
Além do pequeno efetivo, os brigadistas também sofrem com a total falta de apoio de outros órgãos públicos e com a distância para chegar até o local do fogo. “Andamos em média quatro horas e meia a cinco horas pra chegar”, conta Salomão.
O fogo teve início na manhã do dia oito de setembro, numa região de propriedades rurais, já próximo à divisa com Minas Gerais. No domingo seguinte (10), uma chuva abundante pareceu ter apagado totalmente as chamas, o que foi comemorado pelos brigadistas. O fogo, no entanto, retornou logo depois e continuou queimando a vegetação até o último domingo (17), quando então passou a atingir uma área de turfa. No local, a turfa alta chega a 50 cm de altura, o que deve dificultar sobremaneira a atuação dos poucos brigadistas.