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Índios encerram protesto que bloqueou rodovias de Aracruz

(Atualizada às 20h30) Os Tupinikim e Guarani de Aracruz (norte do Estado) liberaram na tarde desta sexta-feira (5) os bloqueios dos trechos de duas rodovias que cortam o município e que impediam a passagens de caminhões e veículos de empresas, em protesto contra a negativa da Samarco/Vale-BHP de compensar os índios pelos impactos da lama de rejeitos da barragem rompida em Mariana (MG).

A decisão foi tomada pelos caciques, que se reuniram para avaliar o movimento. Eles participam de reunião na noite desta sexta na Câmara de Aracruz, em mais uma tentativa de solucionar o impasse. O encontro tem a participação dos índios, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Samarco, e foi intermediado pela presidência do órgão, após pedido do coordenador regional da Funai, Vilson Tupinikim, o Jaguareté, e da coordenação de Governador Valadares, cidade também impactada pela lama.

O ato teve início às 7 horas dessa quinta-feira (4) e interditou trechos da ES 010 e ES 257, com a participação de 300 índios. Eles também ocupam os trilhos da ferrovia da Vale, dona da Samarco, há uma semana. 
Além de obrigar as empresas a repararem o dano do maior crime socioambiental do País, que completa três meses nesta sexta-feira (5) sem qualquer punição, os índios pretendem chamar atenção do governo do Estado, para que cobre providências e atue como intermediador nas negociações.
O impasse foi instalado na última quinta-feira (28), após reunião em que a Samarco e a Vale se negaram a compensar as dez aldeias existentes em Aracruz. As empresas propõem a execução de um plano emergencial, porém, apenas para as famílias da aldeia de Comboios, sob a alegação de que o impacto é restrito àquela área.
As lideranças ressaltam, no entanto, que a lama prejudica não só todo o território indígena de Aracruz como os rios e o mar do município, o que acabou com as áreas de pesca. 
Os índios também não concordam com o valor proposto, o mesmo destinado aos pescadores e ribeirinhos prejudicados, que destina o pagamento de um auxílio no valor de um salário mínimo por família (R$ 788), mais 20% para cada dependente e uma cesta básica, durante seis meses – 1º de março de 2016. 
Desde que os rejeitos atingiram o município, há mais de um mês, os índios estão impedidos de exercer a pesca tradicional, sua principal atividade de subsistência, e de catar mariscos.
Eles têm outra reunião marcada com a Samarco, desta vez, na Justiça de Linhares, que realiza audiência de conciliação do caso no próximo dia 18. 

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