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Índios ocupam trilhos da Vale e cobram providências sobre contaminação do mar e rio

Os índios Tupinikiim e Guarani de Aracruz, no norte do Estado, ocupam os trilhos da ferrovia da Vale que corta a aldeia de Comboios desde esta quarta-feira (13) cobrando providências sobre o desastre que se abateu sobre a as comunidades ribeirinhas com a chegada da lama de rejeitos de minério proveniente do rompimento da barragem da Samarco/Vale-BHP em Mariana, Minas Gerais, há mais de dois meses.

As comunidades indígenas foram severamente impactadas pela lama de rejeitos gerada pelo crime ambiental. De acordo com o cacique Toninho, da aldeia Guarani Tekoá Porã (Boa Esperança), as comunidades estão todo esse período sem pescar. Ele aponta que não conseguem retirar o sustento nem do mar, nem do rio Pequeno, já que parte da água do canal Caboclo Bernardo, que abastece a fábrica da Aracruz Celulose (atual Fibria), desce do rio Pequeno que passa pelas aldeias e também está contaminada.

Imediatamente após os índios ocuparem trilhos, a Vale entrou com uma açao de reintegração de posse que ainda não foi julgada. As comunidades que ocupam os trilhos não pretendem sair do local até que haja algum posicionamento sobre os prejuízos das comunidades indígenas.

A lama de rejeitos chegou à aldeia de Comboios no dia 9 de janeiro deste ano. A população do local vive primordialmente da pesca e da coleta de marisco e, com a chegada da lama, a subsistência das comunidades indígenas ficou comprometida.

Os índios Tupinikim e Guarani são frequentemente prejudicados por empreendimentos poluidores que impactam as terras indígenas. Em dezembro de 2015, os índios ocuparam o local onde está a torre das linhas de transmissão de energia que cortam as aldeias. A mobilização anterior dos índios foi em agosto de 2015, cobrando indenização da Petrobras, que vinha se recusando a negociar indenização pelo uso das terras indígenas há três anos, mesmo com projeto com este objetivo elaborado pela empresa, por exigência dos índios.

Além da Aracruz Celulose, que se apropriou e explora as terras indígenas  durante décadas, impactam as comunidades a Vale, a Petrobras, a EDP e empresas portuárias – Portocel, também da Aracruz, o Estaleiro Jurong, e o planejado porto Imetame.

 

    

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