A partir desta quarta-feira (10), o Instituto O Canal organiza a “Tomada do Canal segundo ato: Rio Formate”, que contará com diversas atividades esportivas, culturais e ambientais durante os 20 dias da programação, que dura até o final do mês. O Instituto já organizou, em julho, o evento “A Tomada do Canal”, no qual a baía de Vitória, seus canais, praias, manguezais e mananciais foram ocupados para estimular o debate sobre questões como o uso o canal de Vitória e soluções para mobilidade urbana e a revitalização das orlas.
Da mesma forma que, no evento passado, o canal de Camburi e o canal de São Pedro foram tomados como símbolos de revindicações de melhorias, o foco desta nova programação é o rio Formate. O Formate nasce na Reserva Duas Bocas, em Cariacica, e possui água limpa em dois terços de sua extensão, até passar pelos bairros Marcílio de Noronha e Industrial, em Viana, e Flor de Piranema e Vista Dourada, em Cariacica, onde passa a ser poluído por esgoto doméstico e industrial.
Até o dia 30 de setembro, o Instituto O Canal organizará diversas atividades ao longo do percurso do rio, entre ocupações ecoesportivas, fórum de debate, exposições e oficinas. Já às 8h da quarta-feira (10), a programação começará com a limpeza do rio Formate, seguido pelo Fórum da Sustentabilidade. Também será organizado um bate-papo entre os jovens de Cariacica, participantes da Semana da Juventude, e o rapper Gabriel O Pensador, na Desportiva Ferroviária. Mais detalhes sobre a programação da Tomada do Rio Formate serão divulgadas em breve pela página do Instituto O Canal, no Facebook.
Em julho, durante “A Tomada do Canal”, o foco da mobilização foi divulgar o Manifesto do Canal, um documento preparado de forma colaborativa com os mobilizadores e ativistas do Instituto, que reivindica melhorias na qualidade das águas e na infraestrutura da orla. Entre as propostas, estão a despoluição da baía de vitória, suas praias e canais; ligação de 100% das residências e indústrias da Grande Vitória à rede coletora da Cesan para tratamento de esgoto; criação da unidade de conservação “baía das tartarugas” na ilha de Vitória, bem como a proibição da pesca de arrasto na baía e, ainda, a delimitação de novas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e o mapeamento e fiscalização efetiva das áreas de proteção ambiental.
Também há no documento propostas para que o canal de Vitória seja melhor aproveitado por esportistas e praticantes de esportes náuticos, como a construção de píeres, marinas e guarderias comunitárias para equipamentos como stand up paddle, canoas, wind surf, kite surf e embarcações motorizadas ou não, e a construção de ciclovia, calçadão e skate parks ao longo da orla da baía, canais e praias. Além disso, pede-se incentivo à utilização da hidrovia como alternativa de transporte público e sua regulamentação; e democratização ao acesso às atividades náuticas, esportivas ou recreativas em áreas de alta vulnerabilidade social.