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Instituto procura respostas sobre abertura de estradas na região da Lagoa Encantada

Prefeitura de Vila Velha afirma que vai investigar corte de árvores na área de preservação

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O Instituto Lagoa Encantada está em busca de explicações para a abertura de estradas na Área de Preservação Permanente (APP) da Lagoa Encantada, em Vila Velha. Segundo a Organização Não Governamental (ONG), parceiros do instituto que fazem parte do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Commam) pediram ao secretário de Meio Ambiente de Vila Velha, Ricardo Klippel, para averiguar a situação.

Ingridi Barros, integrante do Instituto Lagoa Encantada, conta que a ONG começou a receber diversas mensagens a respeito da abertura das estradas no local há cerca de uma semana, e constatou a situação após verificação presencial. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) de Vila Velha também enviou uma equipe de fiscalização nesse sábado (20) e constatou que havia manutenção de estrada e a supressão de árvores.

A primeira hipótese levantada para o corte da vegetação diz respeito ao acesso às torres de alta tensão presentes na área, mas ainda não há informações a respeito de autorização oficial para as intervenções. Ingridi afirma que o instituto não recebeu denúncias recentes de ilegalidades na APP, mas a organização se mantém vigilante.

“Acreditamos que essas intervenções não aconteceram há muito tempo, porque nós temos amigos e voluntários que estão sempre na região, e até então não tínhamos recebido nenhuma mensagem. Não sabemos nada ainda, mas ficamos em alerta, porque a gente sabe que a especulação imobiliária por lá é grande, estamos na luta há mais de dez anos pela criação do parque”, relata Ingridi.

Localizada no sudoeste do entroncamento das rodovias Carlos Lindenberg e Darly Santos, próxima ao bairro Vale Encantado, a Lagoa Encantada é uma Área de Preservação Permanente (APP) localizada numa área central de Vila Velha, apresentando uma rica biodiversidade, com diversos animais – alguns com riscos de extinção –, fragmentos de Mata Atlântica, manguezal e corpos hídricos. O espaço também abriga a nascente do Rio Aribiri.

Em entrevista para o programa Raiz Capixaba, da TV Século, Alan Moreira, do Instituto Lagoa Encantada explicou que o nome do local tem uma origem curiosa. Segundo ele, os moradores mais antigos contam que existia há muitos anos a Lagoa da Novilha, onde ocorreram alguns casos de afogamento. Para manter as crianças longe do espaço, os pais começaram a inventar histórias de supostos encantamentos que ameaçavam quem se aproximava.

Desde novembro de 2022, está em tramitação na Câmara Municipal de Vila Velha um projeto para a criação do Parque Natural Municipal da Lagoa Encantada, que ainda não avançou. Na mesma época, foi votado o Plano Municipal de Mobilidade e Acessibilidade (PlanMob) de Vila Velha, mantendo duas vias de grande impacto sobre a Lagoa Encantada.

Em julho de 2023, a área também sofreu um incêndio que consumiu mais de 250 mil metros quadrados de vegetação, havendo indícios de ação criminosa.

Em nota a Século Diário, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Vila Velha afirma que constatou, no último sábado (20), “uma manutenção de estrada e a supressão de alguns exemplares arbóreos sem identificação da autoria do fato no momento e continuará as diligências na tentativa de elucidação do ocorrido.”

“A Lei Complementar 140/2011 e demais políticas florestais estabelecem que o órgão ambiental estadual é responsável pelo controle e fiscalização da flora. Assim, o município não concedeu autorização para supressão de vegetação, o que é de responsabilidade do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf-ES), mas mantém monitoramento ostensivo naquela área ambientalmente protegida”, completa a nota.

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