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IV maratona 24 horas pela despoluição de Camburi começa no próximo sábado

Uma manifestação contra a poluição do mar, em particular a produzida pela Vale, a IV Maratona 24 Horas Pela Despoluição de Camburi, em Vitória, começa no próximo sábado (29). Os organizadores intensificam divulgação do evento nas redes sociais (na foto ao lado, participantes da maratona 2014 confraternizam).
 
A Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC) convida para o que define como o maior manifesto socioambiental do Espírito Santo. 
 
O foco do evento é a despoluição da praia de Camburi, integrando na luta toda a  sociedade pela educação ambiental. O evento visa ainda “chamar a atenção das autoridades para um grave problema ambiental pelas atividades humanas que aflige o povo capixaba, diminuindo a qualidade de vida e degradando nossos ecossistemas”, afirmam os organizadores.
 
AAPC também convida nadadores e remadores para a ação. “Se você não nada, nem rema, também está convidado a prestigiar essa turma que ficará 24 horas na Praia de Camburi protestando pela despoluição de nossa querida praia. Chega de esgoto e poluentes químicos”, registra a AAPC.
 
No final do evento, no domingo (30), os participantes darão um abraço simbólico na Ilha do Socó. Os contatos para inscrição podem ser feitos por e-mail [email protected] ou no Facebook
 
Os organizadores cobram ações dos poderes públicos. Afirmam que querem, mesmo, é ver o Ministério Publico Estadual (MPES) honrar a palavra e mandar a Vale retirar o minério na zona norte da praia e obrigar a  empresa a mudar o sistema de decantagem para não cair mais minério dentro do mar. 
 
Um dos organizadores do evento é a Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC). O presidente da ONG é Paulo Pedrosa.
 
Vale
 
A Vale deve à sociedade a recuperação da vegetação de restinga, da praia e do fundo do mar em Camburi, em Vitória. A empresa poluiu a região de 1969 a 1984 de forma sistemática. Como registra o Ministério Público Federal (MPF) em ação civil pública contra a empresa na Justiça Federal.  E ainda polui.
 
A ação judicial tramita na 5ª Vara Federal Cível no Espírito Santo. Desde o começo do lançamento do minério de ferro no mar, a destruição produzida pela empresa prejudica o ambiente e a população. Sem correção, ameaça as gerações futuras.
 
O minério contaminou uma área de 110 mil metros quadrados de vegetação de restinga, de praia e do mar em Camburi. Do minério que a Vale jogou no local, pelo menos 60 mil metros cúbicos estão depositados no fundo do mar. Formam uma montanha marinha, cobrindo o ambiente natural. O minério impede a reprodução de espécies que entram na cadeia alimentar dos peixes e do homem.  
 
Com a ação civil pública ajuizada pelo MPF na Justiça Federal e as manifestações da sociedade civil, como a maratona,  a situação pode mudar em Camburi. A ação judicial contra a Vale recebeu o número 0101820-77.2015.4.02.5001.

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