A Juntos – SOS Espírito Santo Ambiental cobra do governador Paulo Hartung (PMDB) que tome frente das ações de combate à poluição do ar, em caráter de urgência. Em novo ofício enviado ao governador, a entidade requer a criação de uma comissão multidisciplinar que aponte resultados efetivos na redução imediata dos poluentes.
Esta comissão, diz a Juntos – SOS, deve ser composta por órgãos estaduais que tratam não só da questão ambiental, mas também de saúde e direitos humanos, assim como por representantes da sociedade civil organizada e lideranças dos municípios impactados pelo problema.
No documento, a entidade considera a necessidade da medida considerando as “provas, conclusões e recomendações” das CPIs do Pó Preto da Assembleia Legislativa e da Câmara de Vitória. E, ainda, a “incompetência dos gestores públicos na Gestão da Poluição da Poeira Sedimentável ‘Pó Preto”.
A Juntos – SOS destaca que essa situação só tem gerado o constante aumento das emissões de poluentes pela Vale e ArcelorMittal, na Grande Vitória, e Samarco Mineração em Anchieta (sul do Estado), “tornando-se a poluição com maior índice de reclamação no Iema [Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos] e com um grau de insatisfação por parte do cidadão superior a 90%”.
Além disso, alerta que os elevados índices de emissões vêm gerando “centenas de internações para tratamento de doenças respiratórias e cardiovasculares, algumas levando a óbito, e milhares de atendimentos ambulatoriais, como bem registra inventário da Secretaria Estadual de Saúde, o que é considerado lesão corporal e homicídio pelo Código Penal”.
A criação de uma comissão multidisciplinar para tratar da questão já havia sido requerida em ofícios anteriores encaminhados para o governador e o secretário de Estado de Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, porém, todos sem respostas.
A medida visa a minimizar desde já os efeitos da “Temporada do Pó Preto 2015 -2016”, iniciada em setembro último. A previsão é de que até fevereiro do próximo ano, os capixabas enfrentem índices de emissões pelo pó preto ainda mais graves do que a temporada passada, quando a poluição foi considerada pela Juntos – SOS caso de “calamidade pública”.