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Jurong e Vale lideram doações de poluidoras ao governo do Estado

As empresas Vale e Jurong foram as principais doadoras de campanha entre as poluidoras do Estado na disputa ao governo este ano. O governador Renato Casagrande foi beneficiado com as maiores quantias, respectivamente, R$ 1,5 milhão e R$ 1,45 milhão, enquanto o eleito, Paulo Hartung (PMDB), arrecadou das mesmas empresas, respectivamente, R$ 200 mil e R$ 300 mil.  As doações destinadas a Casagrande totalizaram R$ 12,68 milhões e a Hartung R$ 8,87 milhões. 
 
Em valores, significa que o investimento feito na campanha socialista pela Vale, distribuídos em investimentos de igual valor das subsidiárias Vale Manganês, Vale Energia e Minerações Brasileiras Reunidas S/A (MBR), foi quase oito vezes maior do que o destinado à campanha do oponente, por meio da Vale Manganês.
 
Já a Jurong, empresa que tem um estaleiro em instalação na comunidade de Barra do Riacho, em Aracruz (norte do Estado), doou R$ 1,45 milhão ao atual governador, enquanto Hartung (PMDB) recebeu da empresa R$ 300 mil. O valor doado a Casagrande é quase cinco vezes maior do que a verba destinada à campanha do peemedebista.
 
Entram na lista, ainda, a Aracruz Celulose (Fibria), que doou R$ 400 mil a Casagrande e R$ 300 mil a Hartung; a ArcelorMittal, que fez uma primeira doação de R$ 250 mil aos dois candidatos e, posteriormente, acrescentou R$ 100 mil à conta de Casagrande; e a Imetame, que planeja construir um porto no Estado, que também doou a ambos os candidatos a quantia de R$ 50 mil e seguiu com R$ 30 mil posteriores apenas a Casagrande.
 
O atual governador ainda recebeu verba exclusiva da Suzano Papel e Celulose, que doou R$ 50 mil à sua campanha, e da Perfilados Rio Doce S/A, empresa do grupo RDG Aços do Brasil, que doou R$ 100 mil. A Empresa de Mineração Esperança, subsidiária da Ferrous, doou R$ 50 mil a ambos os candidatos.
 

Já Hartung recebeu mais doações exclusivas. Entre elas, R$ 50 mil da empresa Copper Trading, do setor de mineração, que pertence ao empresário Luiz Pastore (PMDB), suplente da senadora eleita Rose de Freitas (PMDB). Também contribuíram a Brametal S/A, com R$ 150 mil; a Mineração Curumbaense Reunida S/A, com aproximadamente R$ 117 mil; a Gerdau Aços Especiais, com R$ 250 mil; a Fertilizantes Heringer, com R$ 50 mil; a Ibrame, com R$ 50 mil; a RDG Aços do Brasil, com R$ 50 mil; e a Sertrading, com R$ 50 mil.

Fora do olho do furacão da disputa, o candidato Roberto Carlos (PT) recebeu R$ 100 mil da Arcelor, R$ 50 mil da Aracruz, e R$ 500 mil da Vale, por meio da subsidiária MBR, para sua campanha ao Palácio Anchieta. Camila Valadão (PSOL) e Mauro Ribeiro (PCB) receberam doações apenas de pessoas físicas.

A lista de doações comprova que a política desenvolvimentista consolidada nos oito anos passados do governo Hartung, entre 2003 e 2010, se manteve forte durante o mandato do governador Casagrande. Os princípios dessa política visam à instalação e beneficiamento dos empreendimentos focados em exportações instalados no Estado. Os planos possuem fraco ou nenhum viés de preservação ambiental, avançando sobre unidades de conservação, territórios tradicionais indígenas ou quilombolas, e áreas litorâneas de importante riqueza pesqueira e relevante interesse ambiental.

 
O levantamento dos dados finais foi disponibilizado pelo sistema da prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a partir das declarações lançadas pelos próprios candidatos. 

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