Na ação, assinda pelo advogado Esdras Elioenai Pedros Piresa, a Juntos – SOS alega que os moradores da Região Metropolitana da Grande Vitória são prejudicados com a poluição ambiental causada pela Vale S/A, sendo esta a maior responsável pela emissão de “pó preto” e outros gases tóxicos altamente prejudiciais à saúde, que ocasionam diversas patologias.
A entidade também alerta que a exposição de pessoas em situação de esforço físico dentro do Complexo de Tubarão é temerária, notadamente diante do elevado grau de poluição na localidade, e acusa os governos estadual e municipal de omissão quanto à fiscalização dos níveis de poluição por pó preto.
Em 2015, primeiro ano de realização da corrida dentro do Complexo – nas edições anteriores, as provas foram realizadas na orla da Praia de Camburi -, a Juntos já havia pleiteado tal impedimento, porém sem sucesso, devido aos riscos para a saúde dos atletas em função da poluição excessiva do ar.
Na ocasião, vários profissionais e pesquisadores da área da saúde se manifestaram contrários à intenção da empresa de realizar o evento no Complexo. Entre eles, a professora de Pneumologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ana Maria Casati Nogueira da Gama, que afirmou ser uma incoerência e um desrespeito aos atletas, além de ir na contramão do que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS), com base na fisiologia do exercício, de que atletas corram fora dos horários de pico de poluição e temperatura. “Imagina correr dentro de uma área sabidamente poluída pelo material particulado, enxofre e monóxido de carbono?”, questionou.