A decisão foi tomada na última quinta-feira (15), após audiência na presença de representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Defensoria Pública, do deputado estadual Padre Honório (PT), prefeitura e Paróquia de Conceição da Barra.
Anteriormente, uma reunião havia sido solicitada pelo Batalhão de Missões Especiais (BME) da Polícia Militar com os acampados, para explicar os procedimentos para a saída das famílias. Após a audiência, no entanto, e o recebimento pela juíza de uma petição da Defensoria Pública, a decisão foi pela suspensão da reintegração. Uma nova audiência ficou marcada para o dia oito de fevereiro de 2017.
A Fazenda Itaúnas, na localidade de Cobraice, perto de Braço do Rio, tem cerca de 100 hectares e é uma das propriedades da Apal, empresa produtora de cana-de-açúcar, vendida a destilarias da região.
O Acampamento Fidel Castro foi iniciado no dia 27 de outubro e hoje abriga 240 famílias, aproximadamente mil pessoas. Para os acampados, a suspensão da reintegração de posse legitima a luta pela Reforma Agrária, uma demanda urgente da sociedade.
“A Reforma Agrária é uma necessidade e há muitas famílias dispostas a lutar pela terra”, defende Adelso Rocha Lima, membro da coordenação estadual do MST. O Espírito Santo tem hoje mais de 750 famílias acampadas, aguardando assentamento.