Com a avistagem da Viuvinha, a Lagoa Encantada se destaca, pela segunda vez, com um “primeiro registro de ave para o Espírito Santo”. O primeiro foi a Saracura-do-banhado (Pardirallus sanguinolentus), avistada no local, pela primeira vez em todo o Espírito Santo, em 31 de dezembro de 2014.
Já a ameaçada Saíra-sapucaia foi avistada pela primeira vez na região em 2015. A reincidência, na opinião de Ingridi dos Santos Barros, autora do flagrante fotográfico, demonstra que ela “usa a área em suas migrações ou até mesmo possa permanecer durante o inverno na área, pela oferta de alimentos, entre eles, e principalmente, a Aroeira”, observa.
A Lagoa Encantada é conhecida pelos observadores de aves, capixabas e de outros estados, por sua elevada biodiversidade. Estudos faunísticos já identificaram mais de 150 espécies, entre migratórias e residentes, que usam a região como local de repouso e alimentação. “Mais uma vez fica comprovada a importância de se preservar a região”, ressalta o companheiro de Ingridi nos registros de natureza selvagem da região, Wilerman da Silva Lucio, membro do Fórum de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental do Grande Vale Encantado (Desea).
O Desea é uma das entidades que luta pela proteção legal da Lagoa Encantada e seus alagados. O grupo se reveza na vigília e fiscalização, combatendo incêndios e denunciando crimes ambientais que, periodicamente, ocorrem, como tentativa de descaracterização ambiental para exploração insustentável de seus atributos ecológicos. Nesse momento, o objetivo é incluir, no Plano Diretor Municipal, a proposta de criação de uma unidade de conservação na região.