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Lama de rejeitos já avançou dez quilômetros no litoral de Regência

A onda de lama da barragem da Samarco/Vale que chegou nesse sábado (21) à foz do rio Doce, em Regência, Linhares (norte do Estado),  já avançou dez quilômetros mar adentro. Nas praias de Povoação e Pontal do Ipiranga, a extensão seria ainda maior: 40 quilômetros. As informações são do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema). 
 
O prefeito de Linhares, Nozinho Correa (PDT), orientou a população a não entrar em contato com a água não só das duas praias, mas também em Regência e Barra Seca, até a conclusão das análises sobre a qualidade da água. Placas foram espalhadas ao longo das praias, com a informação de imprópria para banho.
 
Nesta segunda-feira (23), visitaram a região a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente de Andreu Guilho, acompanhados do governador Paulo Hartung. Segundo o site Linhares em Dia, em coletiva realizada no município, Izabella Teixeira descartou os impactos às praias da Bahia e de Vitória, Capital do Estado. 
 
A comitiva oficial estive na foz do rio Doce em Regência, na barra norte, onde a Samarco/Vale faz obras para acelerar a passagem dos rejeitos para o mar. Assim como ocorreu em todas as cidades atingidas pela lama, desde Minas Gerais até o Espírito Santo, cerca de 20 horas após o contato com os rejeitos, peixes e animais são encontrados mortos às margens do rio, em grande quantidade, inclusive aves. 
 
Nos próximos dias, deve chegar à foz a onda de lama com maior quantidade de sedimentos, o que agravará os impactos. Há preocupação, também, em relação ao período de chuva, que irá movimentar ainda mais os rejeitos depositados no fundo do mar.
 
Izabella Teixeira informou ainda que que uma equipe de especialistas elabora estudos e projeções sobre o destino da lama no mar. Ela apresentou como medida a criação de sistema de monitoramento no site da Agência Nacional de Águas, para que autoridades e população acompanhem a trajetória da lama no oceano. Os impactos no Estado serão acompanhados por até quatro meses, como afirmou a ministra.

“Conversamos com as autoridades sobre as medidas emergenciais para avisar as populações isoladas que vivem ao longo do rio Doce ou os pescadores na foz do rio. Estamos notificando a empresa para que ela atenda essas populações de maneira articulada com o governo do Estado e com o município”, afirmou a ministra. 

 
O Iema afirmou ainda que a Samarco/Vale terá que promover o monitoramento do litoral capixaba. Projeto nesse sentido será apresentado para a Marinha e entregue à empresa para execução. A região analisada, segundo o órgão, irá abranger de São Mateus até a foz do Rio Piraque-Açú, em Aracruz, onde estão duas unidades de conservação (UCs)de gestão federal, o Revis Santa Cruz e a APA Costa das Algas. 
 
O governo do Estado decretou, nesta segunda-feira (23), Situação de Emergência Ambiental na Bacia Hidrográfia do Rio Doce. Além disso, determinou a criação de um Grupo Técnico de Enfrentamento da Crise Ambiental no Rio Doce, “para acompanhamento sistemático do problema, com a realização de fiscalizações, apuração dos danos e propostas de medidas protetivas”. 

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