Com cerca de 109.893 hectares de extensão territorial, o município tem uma lei que limita em 15% da área total (16.483 ha), a ocupação máxima com plantios de eucalipto. O único estudo conhecido sobre o percentual atual, porém, foi feito pela própria empresa, segundo informa Dione Albani da Silva, militante local do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
O citado estudo informa que hoje 7,5% do território montanhense é ocupado pelas monoculturas voltadas à produção de celulose. Desde 2016, avalia Dione, as investidas da Suzano na aquisição de terras para plantio voltou a crescer, depois de um período de estabilização.
O alvo são principalmente as grandes fazendas de gado de corte, com baixíssima produtividade, algumas delas herdadas por filhos de antigos fazendeiros, que já não moram mais no município e não têm interesse em investir na pecuária decadente. “A Suzano tem pago valores altíssimos no arrendamento. É mais vantajoso que a pecuária”, conta.
A expansão do deserto verde no município é motivo de grande enfrentamento da população, relata o líder do MPA. “Minha experiência como camponês me mostra que a região tem solos muito férteis para a produção de alimentos e que o plantio de monoculturas, especialmente eucaliptos, tem forte rejeição pela comunidade. Ela já tem clareza dos prejuízos ambientais e econômicos dessa atividade”, afirma Dione.
Além da Eldorado, a Suzano arrendou 14 fazendas em Montanha, divididas nos blocos II, III e IV. O Bloco II compreende as fazendas Juazeiro, Luziane, Balão, Oriental, Esplanada, Alvorada, Luiz Siqueira e São Jorge, com área total de plantio de 2.533,46 hectares. Já no Bloco III estão as fazendas Santa Fé I, Santa Fé II e Santo Antônio, com área de plantio de 630 hectares. E, por último, no Bloco IV, as fazendas Eldorado II, Colina e Estrela do Oriental, onde será plantado eucalipto em 1.805,99 hectares.