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Ligação entre agrotóxico e diabetes tipo 2 é sugerida em estudo

Já está clara entre os pesquisadores da área a relação direta entre o uso de agrotóxicos e a incidência de doenças graves, como cânceres e problemas reprodutivos e hormonais. Mas um novo estudo, realizado na Universidade de Granada, na Espanha, com 386 pacientes adultos, indicou uma nova preocupação sobre isso.

 
O desenvolvimento de diabetes tipo 2 pode ter uma relação estreita entre o acúmulo de resíduos de pesticidas no tecido adiposo, o que poderia explicar as proporções epidêmicas que a doença vem assumindo mundialmente. O estudo foi publicado em janeiro na revista Environmental Research.
 
Trabalhando em dois hospitais no sul da Espanha, a equipe dosou resíduos de diversos pesticidas nos pacientes e concluiu que os pacientes com maiores níveis de DDE (um produto da degradação do DDT, considerado o primeiro agrotóxico moderno) tinham quatro vezes mais probabilidade de ter diabetes tipo 2. Outro agrotóxico popular, o Lindano, também teve seu acúmulo relacionado à doença.
 
A relação agrotóxicos-diabetes foi verificada independente de idade, sexo ou peso corporal do paciente. Porém, os pesquisadores afirmam que o acúmulo das substâncias poderia explicar, inclusive, por que pessoas obesas têm maior tendência a desenvolver a doença.
 
Ainda não se sabe o mecanismo, mas os autores do estudo sugerem que os pesticidas provocam uma reação imunológica em receptores de estrogênio envolvidos no metabolismo dos açúcares.
 
As autoridades de saúde estimam que, em 2030, cerca de 4,5% da população mundial será diabética. Hoje, cerca de 346 milhões de pessoas sofrem da doença em todo o mundo.

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