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Linhares foi o município que mais desmatou a Mata Atlântica no Estado entre 2014 e 2015

Linhares, no litoral norte capixaba, foi o município que mais desmatou a Mata Atlântica no Espírito Santo entre 2014 e 2015, com a eliminação de 60 hectares de florestas (o equivalente a 60 campos de futebol). No sentido inverso, o município vizinho de Sooretama foi o que mais conservou suas matas nativas.

Esses e outros dados integram o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, lançado nesta sexta-feira (2) pela Fundação SOS Mata Atlântica, que comemora seu 30º aniversário este ano, e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

De uma lista de 100 municípios que mais desmataram nos últimos 30 anos, o Espírito Santo aparece com Linhares (25ª colocação, com 60 hectares), Mimoso do Sul (40ª) e São Mateus (78º). Juntas, eles desmataram 17.805 hectares, ou 178 quilômetros quadrados, quase duas vezes a área da capital Vitória (93,38 km²). 

Os números tímidos de desmatamento e a tímida presença dos capixabas na “lista dos 100 mais” não são, ao contrário do que pode parecer, fruto de maior conscientização ou ação do Estado, e sim, de uma devastação aguda, onde já não há mais quase floresta para ser derrubada, sendo possível apenas ocorrer pequenos desmates que, na maioria das vezes, não são detectados pelas imagens de satélite. É o chamado “efeito formiga”.

Sul e Sudeste campeões 

As regiões Sul e Sudeste têm a maior quantidade de municípios entre os 100 que mais desmataram o bioma. Além das 40 cidades do Paraná, aparecem nesse levantamento os estados do Rio de Janeiro (13) e Santa Catarina (11).

Com base em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8, o Atlas da Mata Atlântica, que monitora o bioma há 29 anos, utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e geoprocessamento para avaliar os remanescentes florestais acima de três hectares.

“O Atlas dos Municípios é extremamente importante, pois traz um balanço de quais estados e municípios têm dado o devido valor à preservação das florestas nativas e do meio ambiente. Nesta edição, por meio do levantamento de 30 anos, conseguimos mapear a situação das cidades e esperamos que esse Atlas contribua para incentivar os novos governantes a conservarem a Mata Atlântica”, disse a diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota.

A SOS ressalta ainda que um dos instrumentos mais eficientes para que os municípios façam a sua parte na proteção da floresta mais ameaçada do Brasil é o Plano Municipal da Mata Atlântica, que reúne e normatiza os elementos necessários à proteção, conservação, recuperação e uso sustentável da Mata Atlântica. No Espírito Santo, porém, apenas quatro municípios iniciaram a elaboração do plano: Conceição da Barra (norte do Estado), Anchieta (sul) e Serra e Vitória, na região metropolitana.

'Aqui tem Mata'

É possível acompanhar a situação dos remanescentes florestais em 3.429 municípios abrangidos pela Lei da Mata Atlântica no 'Aqui tem Mata?', hotsite que disponibiliza, por meio de mapas interativos e gráficos, informações sobre o estado de conservação de florestas, mangues, restingas e outros ambientes do bioma.

Basta inserir o nome de um munícipio para descobrir o que resta de vegetação, as bacias hidrográficas presentes na cidade, o ranking municipal de desmatamento e se existe alguma área preservada de Mata Atlântica no bairro ou em regiões próximas, como parques, reservas federais, estaduais e municipais, entre outras informações.

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