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Mata do Convento terá corte de 60 árvores

Está programado para setembro o corte de aproximadamente 60 árvores da mata do Convento da Penha, em Vila Velha. A decisão de emitir a autorização municipal ambiental acontece ao final de um ano de reuniões com diversos órgãos e de reivindicações de moradores da região para evitar o desmate.

A alegação formal da direção do Convento, acatada pela prefeitura, é de que as árvores oferecem risco de desabamento na área do Convento e também ameaçam telhados das residências do entorno direto.

O secretário municipal de Meio Ambiente (Semma), José Vicente de Sá Pimentel, em notícia divulgada na página da PMVV, afirma que “o entendimento final é de que existem árvores que precisam ser suprimidas para segurança dos moradores e de eventuais turistas e espécimes nativas de árvores serão replantadas em breve em áreas vizinhas seguras”.

A matéria informa ainda que “uma equipe da Defesa Civil em conjunto com técnicos da Semma, identificaram as árvores que serão suprimidas, considerando os seguintes aspectos: se os troncos estavam ocos, presença de cupins, fragilidade da espécie, inclinação, presença de doenças, exposição das raízes”.

Além da Defesa Civil de Vila Velha, outros órgãos embasaram a decisão do município: o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), Ministério Público Estadual (MPES) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Organizador de um abaixo-assinado em agosto de 2017, que reuniu mais de 800 assinaturas contrárias ao corte das árvores, o médico João Batista Lima, vizinho do Convento, lamenta a decisão conjunta dos órgãos que “deveriam proteger a floresta e o patrimônio histórico e cultural”.

O muro que será quebrado, insiste o médico, é centenário. E as árvores que ameaçam os telhados das casas vizinhas, alegação inicial nos autos do processo que corre no MPES (processo nº 2017.0025.3018-44), não chegam a uma dúzia.

João conta que a retirada do talhão de dez metros de vegetação, onde estão as mais de 60 árvores marcadas para a supressão, abre um novo acesso até a Casa Verde [sede administrativa do Convento], a partir da Travessa Dom Jorge Menezes, no lado sul do Convento. E apontam, a seu ver, a real intenção da operação de desmate. “Será que o objetivo é abrir uma estrada nova para automóveis?”, indaga. “Tinha lagarto, tinha jacupemba, até raposa tinha aqui”, conta, enternecido.

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