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Mepes comemora 49 anos de Pedagogia da Alternância no Espírito Santo

Pioneiro na introdução da Pedagogia da Alternância e da Educação do Campo no Espírito Santo e no Brasil, o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (Mepes) completa nesta quarta-feira (26) 49 anos de atuação.

Trazendo uma metodologia pedagógica criada na França em 1935, o Mepes aportou no Estado e no Brasil com a proposta de promover o homem por meio da melhoria da qualidade de vida no meio rural.

Hoje, são 19 escolas capixabas, totalizando 2.160 estudantes. Alternando uma semana na escola, em tempo integral e sistema de internato, com uma semana em casa, os alunos mantém o vínculo com suas comunidades, buscando nelas as principais referências para o tempo na escola e, também, levando para suas famílias e comunidades os aprendizados vivenciados na escola.

Durante toda esta semana, as escolas do Mepes realizaram diversas atividades comemorativas e o Movimento recebeu homenagens, como a da Câmara de Anchieta. Nesta quarta-feira (26), uma reunião do conselho geral do Mepes contou com a presença de autoridades políticas, como o vice-governador Cesar Colnago (PSDB) e deputados.

Na solenidade, a Junta Diretora do Mepes enfatizou as dificuldades que vem enfrentando devido à redução do valor do termo de colaboração deste ano, em que a Secretaria Estadual de Educação (Sedu) cortou em R$ 2 milhões o repasse, que valerá pelos próximos três anos. O orçamento de 2016, que já foi pequeno para as necessidades das 19 escolas e seus mais de dois mil estudantes camponeses, com a redução, alerta Idalgizo, a situação ficará ainda mais difícil.

O Mepes já cortou em R$ 1 milhão o orçamento das escolas, à custa de demissões e redução de carga horária, o que prejudica sobremaneira não só a qualidade do ensino, mas a própria sobrevivência da Pedagogia da Alternância. “Não vai ser fácil”, admite o superintendente geral do Movimento, Idalgizo José Monequi. “O ideal seria ter, pelo menos, mantido o mesmo valor do ano passado”, avalia.

No evento, foi destacada ainda a necessidade de continuar estreitando o relacionando da escola com as famílias, sendo as associações e conselhos de escolas fundamentais para a manutenção da Pedagogia da Alternância.

“Nós estamos juntos nas comunidades para impedir fechamento dos conselhos escolares e suas escolas”, afirmou Idalgizo, com relação à determinação da Sedu de fechar mais de 60 escolas com menos de 100 alunos, a maioria delas, de Educação do Campo e Pedagogia da Alternância. “Fechar escolas é esvaziar as comunidades, é retirar a vida delas. As crianças e jovens precisam estudar nas comunidades”, defende o superintendente.

Apesar de todas as dificuldades, a história de sucesso das escolas do campo do Mepes alimenta as projeções de um futuro ainda mais próspero. Os preparativos para as comemorações dos 50 anos, em 2018, já começaram. “A gente quer comemorar os 50 anos de forma mais tranquila e segura”, convoca.

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