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Ministro pela Manabi e Nutripetro deve deixar capixabas em alerta

O  ministro dos Portos, Edinho Araújo, fez um recuo estratégico ao se ver na iminência de liberar a construção de um porto que é claramente prejudicial ao ambiente no Espírito Santo. Agora, se pode prever um trabalho do ministro em Brasília em favor dos  portos da Nutripetro e da Manabi, que quer aprovar. O que quer dizer: a luta, que é da comunidade contra os portos, vai passar para Brasília. Muda o cenário da batalha, o que favorece as empresas.
 
A população tem clareza da importância dos animais marinhos que são ameaçados, como a tartaruga-de-couro, conhecida popularmente por tartaruga-gigante, que pode perder o seu local de reprodução no país. Vários segmentos lutam contra os portos, com as armas que pode. Entre as armas, a mídia social.
 
A artilharia dos pescadores e outros segmentos que são contrários aos portos da Manabi e Nutripetro ganhou petrechos importantes, de alto poder de destruição, com os pareceres do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que rejeitam a instalação dos dois portos.
 
Não faltou acuidade aos técnicos na análise dos projetos com a isenção que a Ciência exige. Os pareceristas apontam fraude científica, por exemplo, no caso da Manabi. A empresa contratou consultor internacional visando aprovar, a qualquer custo, seu projeto. Perdeu, quando sua analise foi reprovada ao passar pelo crivo dos técnicos oficiais.
 
O ministro dos Portos, Edinho Araújo, teve que recuar quando foi informado que decretaria a extinção da  tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), conhecida popularmente como tartaruga-gigante, quando, na sexta-feira (7) veio ao Espírito Santo, entre outros, para dar sinal verde ao projeto da Nutripetro
 
Mas não pense que se trata de um recuo definitivo, de rendição. Afinal, tanto o porto da Manabi como o da Nutripetro têm as bênçãos do governador Paulo Hartung. O governador está empenhado na aprovação dos projetos.
 
No caso da Manabi, por exemplo, o projeto conta ainda com apoios menores, como da quase totalidade dos políticos de Linhares. E com lideranças populares – sabe-se lá como foram arrebanhadas.
 
As empresas jogam pesado. A Manabi, por exemplo, tem plantado um sem número de “informações” nos grandes veículos do Estado, o que se deve ler como Redes Tribuna e Gazeta.
 
Abundam notas e até reportagens que dão o projeto como irreversível. Desconsidera-se, neste processo de desinformação, qualquer dano ambiental ou à economia local e a total ausência de licença ambiental para os projetos. 
 
É este suposto apoio massivo  –  ledo engano, sabe-se  – que ainda permite inserir informações com a publicada neste final de semana, que a empresa (ainda aqui a Manabi) está contratando. Os números são de um exército de funcionários, 1.500, na primeira fase do projeto.
 
Certamente, os cadastrados serão empregados como massa de manobra da empresa. Eventualmente, poderão ser mobilizados até  mesmo em Brasília, exigindo a liberação das licenças ambientais. 
 
Sem considerar o que pode ser feito com tamanho quantitativo de pessoal, junto àqueles que defendem o ambiente e as condições da pesca artesanal nas proximidades da foz do Rio Doce.
 
Portanto, que se alertem os que consideram todo um trabalho de preservação ambiental de espécies como a tartaruga-de-couro no Espírito Santo. Preparem as armas, pois a verdadeira batalha pelo ambiente já está anunciada. E será no campo minado do inimigo, que é Brasília.

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