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Moradores da Barra do Jucu fazem mutirão de limpeza e reivindicam parque

A implementação efetiva do parque seria uma forma de inibir a violência na região, que registrou recentes trocas de tiros

A implementação efetiva do Parque Natural Municipal de Jacarenema, que abrange o Morro da Concha, na Barra do Jucu, em Vila Velha, é vista como uma alternativa para acabar com a violência na região. Em um protesto realizado pela Associação de Moradores da Barra do Jucu na manhã deste domingo (19), esta foi uma das reivindicações. Os participantes se concentraram às 9h, na Praia do Barrão, e subiram o Morro da Concha, onde fizeram um mutirão de limpeza.

Subida do Morro da Concha. Créditos: Divulgação

A manifestação foi realizada no local devido às trocas de tiros entre traficantes que ocorreram na noite do sábado (10) e no domingo (11) passados. No domingo, pela manhã, o tiroteio foi na Praia do Barrão e nos arredores, na rua Joaquim Calazans, atingindo, inclusive, os vidros da janela de uma casa. O presidente da Associação de Moradores, Denivaldo Falcão Ferreira, afirma que, além da preservação do Morro da Concha, com atuação de órgãos ambientais, os moradores reivindicam mais rondas e aumento do efetivo tanto da PM quanto da Guarda Municipal.

Segundo o aposentado e morador da Barra do Jucu, Claudio Humberto Vereza Lodi, que foi deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), um projeto de lei de sua autoria, aprovado na década de 90, criou a Reserva de Jacarenema. Ele recorda que no início dos anos 2000, outro projeto de lei, da Prefeitura Municipal de Vila Velha (PMVV), também foi aprovado, ampliando a área de modo a abranger o Morro da Concha. Entretanto, não houve de fato a implementação da unidade.

“Não tem serviço público nenhum na região. Tem somente a natureza preservada, mas não há fiscalização, monitoramento de visitação, atuação de pesquisadores nem nada. Se houvesse um parque implementado haveria vigilância, todo um trabalho de monitoramento”, ressalta Claudio Vereza.

Moradores reivindicam implementação de parque. Créditos: Diogo Braga

A jornalista Marialina Antolini, também moradora, relata que a polícia está frequentemente na região depois do tiroteio do último final de semana, mas destaca que isso não será permanente, sendo necessárias, portanto, outras formas de ocupação do espaço por meio da implementação do parque, não somente para inibir a violência, mas também para proporcionar lazer para as famílias. Ela salienta que a Ponte da Madalena, que liga Jacarenema à praia da Barra do Jucu, caiu há cerca de dois anos e nada foi feito para reestruturá-la.

“A Prefeitura chegou a fazer uma reunião com a comunidade para apresentar uma proposta para a ponte, mas não houve consenso e nunca mais a conversa foi retomada. Na época algumas pessoas até achavam melhor não reerguer a ponte, pois tinha gente que a utilizava como rota de fuga para entrar na mata e se esconder. O que muitos reivindicam é um parque organizado do qual a ponte fizesse parte”, relata. 

Troca de tiros

Após a troca de tiros ocorrida no domingo, alguns dos envolvidos foram baleados e fugiram em um carro de passeio, que segundo nota divulgada pela Polícia Militar (PM), foi encontrado em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha, com um suspeito baleado e morto.
Denivaldo relata que havia pessoas na praia no momento do tiroteio. “Os moradores ficaram tensos, principalmente por ser em um domingo de manhã, com pessoas na areia. E se fosse um dia de verão? E se não estivéssemos em uma pandemia e as praias estivessem mais cheias?”, questiona. 
Ele ressalta que o tráfico de drogas é antigo na região, mas normalmente não há trocas de tiro. E quando isso acontece, afirma, é no morro, sendo a primeira vez fora dele. O presidente da associação também aponta que a preocupação é que esse tipo de violência se torne frequente.

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