Os moradores da Grande Vitória fazem o 4° ato de protesto contra pó preto neste domingo (8). A concentração será entre o último campo de futebol e o final da praia. Como parte da mobilização, os manifestantes seguirão em passeata até as instalações da Vale. A previsão é de que o ato seja encerrado aproximadamente às 11 horas. A mobilização está sendo feita pela ONG Juntos SOS ES Ambiental.
Durante os protestos, os participantes apresentaram o pó preto recolhido em suas casas. Agora, todos os poluentes recolhidos serão devolvidos à Vale. Será um ato simbólico, considerando que Vale e ArcelorMittal lançam diariamente toneladas de agentes poluentes sobre a Grande Vitória.
No ato de domingo, devem ser renovadas as cobranças aos deputados que ainda não assinaram o requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto na Assembleia Legislativa.
Esta comissão é considerada esencial para passar a limpo a questão dos poluentes do ar, indicando quem é responsável por cada poluente e quanto emite. A responsabilidade das empresas não é contestada, mas há necessidade de apurar a contribuição de cada uma delas.
Nos protestos, não têm faltado críticas ao governador Paulo Hartung (PMDB) e aos prefeitos da Grande Vitória, como o do município mais poluído da região, Vitória, Luciano Rezende (PPS). Os outros prefeitos da região também não são poupados.
Denunciam os ambientalistas e pessoas da comunidade que Hartung, em paga dos favores que recebeu com financiamento de campanha pelas poluidoras, reconduziu à presidência do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Sueli Tonini.
Tonini conduziu o licenciamento da 8ª usina da Vale, além do aumento da produção das usinas I a VII, entre outros projetos poluidores nos governos anteriores de Paulo Hartung (2003 a 2010).
Denunciam ainda como coniventes com as poluidoras até órgãos fiscalizadores, como é o caso do Ministério Público Estadual (MPE). O MPE vem cobrando das poluidoras a execução de providências provadamente inócuas.
Como a instalação das Wind Fences, barreiras de vento que serviriam para conter o minério de ferro. Usada pela Vale após a própria empresa impor a medida ao governo, não são eficazes para reduzir a poluição do ar na Grande Vitória.
Tem sido recorrentes cobranças para que o governo do Estado determine que o minério nos pátios sejam contidos com enclausuramento das pilhas. Idêntica medida os ambientalistas exigem nas áreas de transferência dos minérios.
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