Moradores do entorno do Parque Municipal da Gruta da Onça, no Centro de Vitória, denunciam que, apesar de ter sido reinaugurado recentemente, o local encontra-se abandonado pela gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos), que não tem feito limpeza, nem incentivado a realização de atividades no local. Apontam, ainda, que não há profissionais como guia e segurança, e que falta transparência no que diz respeito à gestão.
Diante da situação, a Associação de Moradores do Centro (Amacentro) encaminhou ofício à prefeitura solicitando reunião com o secretário de Meio Ambiente, Tarcísio Föeger, e aguarda retorno da demanda. O presidente da Amacentro, Lino Feletti, relata que em reunião com os moradores, uma das reclamações foi em relação ao Conselho Gestor, que deveria ter a participação popular, mas a comunidade afirma nem ao menos saber se ele de fato existe, pois não há informações.
Além disso, relata Lino, o local, que antes costumava receber visitas guiadas de estudantes, carece de atividades abertas ao público, o que tem feito ficar cada vez mais esvaziado. Consequentemente, tem se tornado um espaço que atrai usuários de drogas.
Outros problemas relatados são a falta de guia e de seguranças. Os moradores também apontam que nem ao menos sabem se o parque tem um administrador, pois não o veem no local. “Se tem um administrador, ele não procura ter relação com a comunidade”, aponta.
A limpeza, relata o líder comunitário, tem sido feita, na medida do possível, pelos próprios moradores. “O chafariz está entupido, cheio de larvas de mosquito, o mirante do parque foi pintado, mas a escada que dá acesso está corroída, dificulta a ida das pessoas”, enfatiza.
Para Lino, a situação do parque faz parte de um conjunto de ações que mostram a falha dos serviços da Prefeitura de Vitória no Centro da Capital. “Quando a gente trata desse debate, a prefeitura, e até o próprio prefeito, vem falar do investimento que vem sendo feito no Mercado da Capixaba e no Viaduto Caramuru. Isso é fato, está sendo feito. Mas a reestruturação da rua Gama Rosa e da rua Sete, a gente não ouve mais falar, não há definição de um projeto. O Centro tem problemas no calçamento, tenho dificuldade de andar com um carrinho de bebê, imagina a dificuldade que deve ser para um cadeirante?”, questiona.
Ele também destaca que a prefeitura realiza a coleta de lixo em áreas mais movimentadas, como a Avenida Jerônimo Monteiro, não fazendo o mesmo em outras localidades do Centro. O líder comunitário destaca ainda a falta de cuidado dos próprios moradores com a questão do lixo, mas defende que a gestão de Lorenzo Pazolini não cumpre com sua responsabilidade, por não realizar campanhas educativas. De acordo com ele, recentemente, a administração municipal distribuiu panfletos, “mas trata-se de uma ação quase inócua, precisa de algo mais amplo, buscando uma mudança de comportamento”.
No órgão ministerial, a Promotoria de Justiça Cível de Vitória instaurou procedimento para apurar possíveis irregularidades na pavimentação, com cimento armado, de uma trilha com idade estimada em cerca de 200 anos, construída possivelmente por escravos, e tombada pelo Iphan como um dos três sítios arqueológicos preservados dentro do parque.