sábado, novembro 16, 2024
27.1 C
Vitória
sábado, novembro 16, 2024
sábado, novembro 16, 2024

Leia Também:

Moradores denunciam depredação de orquídeas em Degredo

Criada em 2002, a Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) municipal do Degredo, na localidade homônima, no litoral de Linhares, norte do Estado, continua sofrendo com a retirada ilegal de orquídeas.

A grande diversidade de espécies de orquídeas, que foi a principal motivação para a proteção legal da área pelo município, ao lado da proteção das tartarugas marinhas, é também o que atrai depredadores de várias regiões do Espírito Santo e da Bahia. “Chega aqui carro com placa de Teixeira de Freitas, de Itamaraju, de Vitória … estão acabando com tudo”, denuncia o pescador José Leite Costa.

 
A região abriga também a nascente do rio Ipiranga e é prioridade de conservação pelo Comitê da Bacia do Rio Barra Seca. A abundância hídrica tem atraído muitos interesses e um dos projetos de grande porte que ameaçam a estabilidade socioambiental do lugar é a implementação de um distrito industrial, com portos e outros empreendimentos, pretendido pelos governos municipal e estadual. 

A ameaça do projeto industrial, mesmo sem ter sido concretizada, já tem intensificado também um outro problema da região, que são os loteamentos irregulares. “Estão vendendo lotes dentro da área de preservação”, reclama Zé Costa.

A luta por sobrevivência financeira, que sempre foi difícil, ficou quase invencível após o crime da Samarco/Vale-BHP. Sem poder pescar e, ao mesmo tempo, sem receber o devido auxílio por parte da empresa, famílias inteiras estão passando muita dificuldade. “Não tem água, não tem comida, não tem nada”, clama o pescador.

A situação humilhante dos trabalhadores da região contrasta com a riqueza biológica e hídrica e com os empreendimentos já instalados ao redor. “Aqui passam três tubulações de gás e uma de óleo da Petrobras, mas a gente não recebe nenhum royaltie”, denuncia.  

Um projeto de criação de uma fábrica de biscoitos, feito pela comunidade e financiado com recursos de compensação da Petrobras, ainda não conseguiu iniciar as atividades por falta de licença ambiental para abertura de um poço artesiano. “Aqui é muito escasso de trabalho”, conclui o pescador.

 

Mais Lidas