“De uma hora pra outra, no final do ano, é que soubemos. Foi sem conversar com as comunidades, não concordamos”, afirma Delma Pereira, vice-presidente do Movimento Comunitário do Romão, bairro onde está prevista a instalação do portal de acesso à sede administrativa do Refúgio.
“Para nós é uma coisa grandiosa”, exalta, resumindo o sentimento da sua comunidade com relação à criação da unidade e à escolha da entrada de acesso a ela. Ciúmes por parte dos morros do Forte São João, Cruzamento ou Fonte Grande? De jeito nenhum. O processo de criação do Revis, ao longo de dez anos, foi democrático, com ampla participação popular.
O entendimento sobre os benefícios do Refúgio está bem claro e fazendo crescer um sentimento de pertencimento. “Proteger as espécies, oxigenação do ar, evitar as queimadas e os deslizamentos de pedra, a caça. Proteger a parte arqueológica [inscrições nas pedras datadas de mais de 12 mil anos], as nascentes. Até a economia das comunidades vai melhorar, com o turismo”, enumera a líder local.
A advogada Anéris Pauzen, também da Associação, vai mais longe. “Essa lei não tem eficácia”, sentencia, alegando que ela não respeitou não só o processo histórico das comunidades, como também o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), que regulamenta a criação e gestão de UCs no Brasil, bem como o procedimento administrativo municipal, que viabilizou a criação do Revis.
Corredor ecológico
O abaixo-assinado publicado nessa quarta-feira (15) visa buscar apoio popular para sensibilizar a Câmara de Vereadores no sentido de aprovar um projeto de lei do vereador Max da Mata (PDT) que visa retomar o nome original do Revis, anulando a Lei de Luiz Emanuel.
Os ambientalistas também preparam um ofício a ser enviado ao agora secretário de Meio Ambiente, solicitando, além da manutenção do nome Fradinhos, a realização de ações de implementação da unidade, entre elas o reflorestamento de áreas devastadas, de forma a viabilizar, na prática um corredor ecológico interligando os parques da Fonte Grande e da Gruta da Onça.
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Um blog no facebook também traz outras informações sobre o processo.