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Mortandade de peixes é identificada no Rio Santa Maria e baía de Vitória

Suspeita é de dano ambiental no rio; pescadores paralisaram atividades com medo de contaminação

Foto Leitor

Pescadores da Grande São Pedro, em Vitória, estão preocupados com uma mortandade de peixes identificada nos locais de pesca da região. A suspeita é de que tenha ocorrido dano ambiental no Rio Santa Maria da Vitória, que deságua na baía de Vitória.

A anormalidade começou a ser reparada na última quarta-feira (21), segundo os pescadores. Eles procuraram o poder público para relatar o problema, mas ainda não haviam conseguido respostas concretas até a tarde desta segunda-feira (26).

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, um pescador percorre o Rio Santa Maria da Vitória de barco e mostra centenas de peixes mortos no curso d’água. Entre as espécies identificadas estão tainha e tilápia. Outros vídeos mostram atividades de pesca na baía de Vitória. Pelas imagens, os peixes parecem mortos ou muito fracos, sendo capturados sem esforço.

Em mais um registro, um pescador da Ilha das Caieiras exibe um isopor cheio de peixes, também mortos ou muito fracos. “Olha a quantidade de peixe morrendo no Lameirão da Ilha das Caieiras! Isso foi o que nós conseguimos capturar, fora os que ‘tão’ morrendo lá, no fundo, não faço ideia o fundo como está”, afirma.

Segundo Valquírio Sampaio Loureiro, pescador da Colônia de Pesca Z-5, este é um período em que peixes como a tainha sobem o rio para desovar. Ele afirma que o problema também afeta os manguezais, que os marisqueiros da região utilizam para pegar crustáceos. A maior parte dos pescadores paralisou as atividades, mas há quem tenha levado peixes para casa para consumir, correndo o risco de contaminação.

“Foram notificadas todas as autoridades, mas até agora ninguém apareceu para verificar ou notificar quem é culpado. Todas as vezes que aparecia uma tartaruga morta, eles iam pra cima do pescador. Como podem ser alguns empresários, eles fazem vista grossa”, critica.

Um dos vídeos compartilhados pelos pescadores aponta a empresa RG Centro Logístico, de Cariacica, como a responsável por um aterro feito às margens do Rio Santa Maria da Vitória com Revsol, um material oriundo de atividades siderúrgicas, que tem sido muito utilizado em pavimentação de estradas. No entanto, não é possível assegurar, ao menos por enquanto, que a mortandade de peixes tem relação com a situação.

Na tarde desta segunda-feira, pescadores realizaram uma reunião na Ilha das Caieiras, e um manifesto sobre a situação deverá ser divulgado.

‘Fora dos limites de Vitória’

Questionada por Século Diário, a Secretaria de Meio Ambiente de Vitória (Semmam) informou, em nota, que “uma equipe foi ao local e está monitorando e investigando as causas desta mortandade de peixes da espécie tainha e que, após vistorias na baía de Vitória, não foi identificado qualquer tipo de efeito poluidor/vazamento proveniente da cidade de Vitória que possa ter ocasionado este problema ambiental que afeta a cidade”.

Entretanto, prossegue, “foi constatado pela equipe técnica que os danos provenientes no Rio Santa Maria da Vitória é em área fora dos limites da capital e, por envolver outros municípios, oficiou ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para que verifique a ocorrência na região com urgência”.

O Iema, por sua vez, afirmou que recebeu a denúncia sobre morte de peixes na baía de Vitória nesse domingo (25), mas que a equipe de plantão que vistoriou o local não encontrou evidências recentes do problema relatado, “uma vez que os vídeos e imagens recebidos eram datados de quarta-feira (21)”.

“Nesta segunda-feira (26)”, continua a nota, “o Iema retornou ao local, utilizando uma embarcação e contando com o apoio da Polícia Militar Ambiental, para investigar as possíveis causas da morte dos peixes”.

Século Diário não conseguiu contato com a empresa RG Centro Logístico.

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