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Na nova composição da Câmara, mais da metade é ligada ao agronegócio

A bancada ruralista da Câmara dos Deputados saiu fortalecida destas eleições, de acordo com levantamento preliminar da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). No estudo, foram utilizados parâmetros e características dos eleitos a deputado federal que os ligam ao setor do agronegócio, considerando ainda as “bandeiras do setor” assumidas durante a campanha e o perfil dos eleitos, por exemplo, aqueles que declararam como ocupação a produção rural.
 
De acordo com a FPA, 263 dos 513 dos deputados federais eleitos (51%) estão ligados ao setor. Desse total, 139 (27%) já são membros da frente parlamentar e foram reeleitos; e 124 (24%) são novos deputados ligados à agropecuária. Atualmente, 191 deputados compõem a frente, que completa 205 membros, contando com os 14 senadores de mesmos princípios. A Agência Câmara ressalta que, entre os deputados ruralistas, está a senadora eleita pelo Espírito Santo, Rose de Freitas (PMDB).
 
Rose votou pela diminuição da proteção de florestas com a flexibilização da legislação, consolidada no voto pela aprovação do atual Código Florestal. A eleita senadora também abocanhou o maior montante de doações das empresas mineradoras, sendo um total de R$ 1,4 milhões, conforme levantamento do jornal Valor Econômico. Entre estas, constam doações feitas pela Copper Trading, empresa do setor que pertence a seu suplente, o empresário Luiz Pastore (PMDB), e ainda da Ibrame Indústria Brasileira de Metais S/A, e da Vale Energia S.A, por meio da Direção Nacional do PMDB. Os dados constam na segunda prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
A bancada ruralista no Congresso Nacional é a principal responsável por beneficiar o agronegócio e os grandes empreendimentos, entre eles os do ramo da mineração, em detrimento do respeito aos direitos dos cidadãos ao meio ambiente e dos direitos dos povos tradicionais aos seus territórios. Não à toa, são os principais responsáveis por ofensivas constantes contra o direito à demarcação de territórios indígenas e de demais povos tradicionais, sustentando propostas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que transfere do Executivo para o Congresso Nacional as decisões sobre as demarcações de terras indígenas, quilombolas e de unidades de conservação; a PEC 237/13, que permite o arrendamento das terras indígenas para grandes produtores rurais; e o Projeto de Lei 1610/96, que permite a mineração em territórios demarcados.

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