Após a área afetada com o passivo ambiental da Vale – toneladas de sacos com pó de minério, lançados pela empresa, que há 40 anos contamina o extremo norte da Praia de Camburi –, o caminhante passa por quatro pequenas praias, atravessa uma segunda trilha, com grau de dificuldade um pouco maior, e chega no limite com o Porto de Tubarão.
O acesso é melhor com maré baixa, mas de qualquer forma exige experiência com trilhas e muita cautela. No caminho, belezas naturais, incluindo um ângulo de visão exclusivo da baía de Vitória, e também muita degradação. “Muito lixo, que a corrente marinha leva pra lá”, relata Tiago, que ressalta também a vulnerabilidade a que ficam expostas as tartarugas marinhas que se alimentam no local e podem se asfixiar ao ingerir plástico e outros resíduos.
“Carcaças de balsas, tanques de combustível, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), estruturas metálicas, minério de ferro …” enumera Paulo Pedrosa, da Associação de Amigos da Praia de Camburi (AAPC), entidade que organizou a trilha.
Paulo reivindica presença do poder público. “É preciso retirar os restos industriais do ambiente costeiro e marinho”, orienta. Em breve a AAPC divulgará uma nova data para a aventura. “As pessoas não devem ir sozinhas, a menos que conheçam bem o caminho e tenham experiência com trilhas”, recomenda o ativista, que anuncia a presença de um apoio aos trilheiros pelo mar na próxima edição.