Afora três audiências remotas, repactuação acontece “a portas fechadas”, como a desta semana, no Palácio Anchieta
Está claro que a repactuação conduzida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) não assumiu ainda o compromisso de ter de fato a participação direta dos atingidos pelo crime da Samarco/Vale-BHP. O entendimento é do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e vem sendo reivindicado desde o início da repactuação, sendo renovado esta semana, em função de mais uma reunião realizada “a portas fechadas”, envolvendo as mineradoras, os governos estaduais e as instituições de Justiça (Ministérios e Defensorias Públicas).
“Eles têm se reunido uma vez por mês, revezando entre Brasília, Espírito Santo e Minas Gerais. A deste mês aconteceu nessa quarta e quinta-feira no Palácio Anchieta, foi a segunda ou terceira presencial”, relata Heider José Boza, da coordenação do MAB/ES. E enquanto isso, ressalta, “o juiz vai decidindo e acabando com direitos conquistados”.
Heider destaca ainda que a garantia de fala é apenas um aspecto, pois é preciso que as falas sejam consideradas na repactuação. “A defesa das assessorias técnicas, o fim da quitação geral e a retomada do pagamento do auxílio emergencial são pontos essenciais de reivindicação dos atingidos, mas não há segurança de que isso será colocado na mesa do novo acordo”, expõe o militante.