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Obras do Porto da Imetame devem começar no segundo semestre deste ano

O diretor operacional da Imetame, Giuliano Favalessa, anunciou que as obras de construção do porto da empresa, localizada em Aracruz, norte do Espírito Santo, devem começar no segundo semestre deste ano. A notícia foi dada durante Café de Negócios da Associação do Empresários da Serra (Ases), na última quarta-feira (13).

Giuliano disse ainda que a licença ambiental do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) foi emitida em abril e que os preparativos para as obras já aconteceram, incluindo terraplanagem, supressão vegetal e construção do galpão industrial.

O porto operará serviços logísticos que envolvem offshore, carga geral, container e granéis sólido, líquido e gasoso, em uma área de 560 mil metros quadrados. O setor empresarial e os órgãos públicos repetem, em defesa do projeto, a geração de empregos e investimentos.

Enquanto o licenciamento avança, porém, cresce o pavor das comunidades localizadas na área de influência do empreendimento, já castigadas por décadas de invasões industriais, iniciadas na década de 1960, com a Aracruz Celulose (Fibria).

Barra do Riacho é a comunidade mais próxima do núcleo industrial e também a mais destruída social, econômica e ambientalmente. A geração de emprego é uma questão crucial na localidade, outrora bucólica vila pesqueira.

Até hoje, passados 50 anos de usurpação do território da comunidade, de severa poluição da água e do ar, de inviabilização da pesca (atividade econômica tradicional e esteio da identidade cultural local), de perda de áreas de lazer, de violências e crimes, de desemprego e tantas outras mazelas, as comunidades impactadas aprovaram apenas três condicionantes nos diversos licenciamentos ambientais realizadas: um atracadouro para embarcações artesanais, um programa de menor aprendiz e um curso básico de informática.

No caso atual, do porto da Imetame, três entidades da sociedade civil de Barra do Riacho protocolaram mais de 70 solicitações de condicionantes sociais e ambientais, mas não obtiveram qualquer retorno do Iema sobre quais foram acolhidas no processo. 

A construção do projeto, bem como a ampliação do Portocel da Aracruz Celulose (Fibria) na região, só foi possível após mudança na poligonal feita pelo governo federal em 2015, a pedido do governo do Estado. Já a licença emitida ao Imetame, que era para offshore e cargas gerais, passou a ser também para contêineres e graneis sólidos, líquidos e gasosos.

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