A omissão do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em fiscalizar a pesca do peroá – capturados em grandes quantidades, e ainda filhotes – extinguirá a espécie na costa capixaba. A pesca predatória é feita inclusive com traineira de outros estados, particularmente do sul do País. A denúncia é do deputado Gilsinho Lopes (PR), feita na tribuna da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (24).
O peroá já esteve sumido das costas do Espírito Santo por vários anos. A causa foi a pesca predatória realizada por anos a fio. Depois, sem pesca de quantidades substanciais, o peixe voltou em abundância este ano.
O preço então despencou, caindo para até R$ 4,00 o quilo, ou menos, em vários municípios costeiros. A costa capixaba, com estoque abundante, atrai ainda mais os barcos do sul do País, maiores. Que passam a fazer a pesca de arrasto, da mesma maneira que muitos pescadores do próprio Espírito Santo. Os barcos voltam lotados para as suas origens, mas com filhotes de peroás. Cargas de 50 a 70 toneladas, afirmou o deputado.
Até os que vendem pescado estão reclamando. Em vídeo apresentado pelo deputado Gilsinho Lopes, um comerciante denunciou a matança de filhotes de peroá, com tamanho de até dez ou 15 centímetros. Afirmou que no verão não haverá pescado de bom tamanho para atender a demanda dos turistas.
O deputado, além de denunciar a omissão da Superintendência do Ibama no Espírito Santo, exigiu que o órgão fiscalize a pesca do peroá imediatamente. E mantenha a vigilância.
Há várias outras espécies que correm risco pela super exploração. Além da pesca, há ainda a destruição dos estoques pela expansão de portos, de indústrias poluidoras e pela exploração do pré-sal. Os portos são construídos sem nenhum respeito às decisões dos especialistas em ambiente, como é o caso da Manabi.