O 7º ato de protesto contra o pó preto, em Camburi, foi antecipado. Será na sexta-feira (5), das 16 às 19 horas. A antecipação foi decidida por ser a data o Dia Mundial do Meio Ambiente. A pauta foi ampliada, incluindo homenagem a Augusto Ruschi, o Patrono da Ecologia no Brasil, cujo nascimento ocorreu há cem anos, e contra a ameaça de instalação de usinas nucleares no Espírito Santo. O protesto tinha sido programado para o próximo sábado. A organização é da ONG Juntos SOS ES Ambiental. No centro do protesto, os prejuízos ambientais e sociais gerados pela poluição do ar e do mar produzida pela Vale e ArcelorMittal Tubarão e Cariacica sobre os moradores da Grande Vitória.
Os manifestantes vão se reunir no calçadão de Camburi, em frente à farmácia Avenida. O presidente da Juntos, Eraylton Moreschi Júnior, diz que não há o que comemorar no Espírito Santo no Dia Mundial do Meio Ambiente. Lembra que a manifestação é oportunidade para que todos cobrem das poluidoras, dos governo do Estado e federal e das prefeituras da Grande Vitória providências para combater o pó preto. Hoje há omissão e conivência das autoridades com as poluidoras.
O convite da ONG é endereçado ao morador de Vitória e da Região Metropolitana, que não tolera mais o convívio com o pó preto, não aceita mais a omissão e submissão dos governantes e gestores públicos em todos os níveis, nem a ser tratado com deboche pelas poluidoras Vale e ArcelorMittal Tubarão e Cariacica. “Junte-se a nós para protestar”, apela a ONG.
Na lista dos protestos, uma manifestação para que a CPI do Pó Preto, em tramitação na Assembleia Legislativa, seja “honesta, ética e transparente”. A Juntos também promete homenagear Augusto Ruschi e protestar exigindo que o Espírito Santo não venha a receber usinas nucleares.
Participam da Juntos diversas entidades da sociedade civil: a Federação das Associações de Moradores e Movimentos Populares do Espírito Santo (Famopes), Conselho Popular de Vitória (CPV), Associação dos Amigos do Parque da Fonte Grande (AAPFG), Instituto Portas Abertas (IPA), Associação dos Amigos da Praia de Camburi (AAPC), Família de Assistência e Socorro ao Meio Ambiente (Fasma), Pó Preto Vitória ES – Facebook, Associação Capixaba de Proteção ao Meio Ambiente (Acapema), Instituto Portas Abertas (IPA), Associação Nacional Dos Amigos do Meio Ambiente (Anama), Recicla Folia e Cidadão Capixaba.
A mobilização do grupo tornou vitoriosa a manifestação do início do ano. As arbitrariedades contra o cidadão realizada pela Vale e ArcelorMittal, inclusive espionagem da Vale durante os atos públicos, foram denunciadas na ocasião.
Foi lembrado que a Vale forneceu o material que produziu na espionagem ao movimento contra o pó preto para o Ministério Público Estadual (MPES). O órgão utilizou as informações em ação judicial contra um dos ambientalistas participantes. O crime de espionagem repercutiu na CPI do Pó Preto, que foi aberta logo depois na Assembleia Legislativa.
Nas primeiras manifestações, foram destacadas as doenças produzidas pela poluição e o descaso das empresas com a saúde dos capixabas. Novas revelações contras as empresas poderão radicalizar os manifestantes e intensificar os protestos.
