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ONG apela ao MPF para evitar atropelamentos na Rebio Sooretama

O Instituto Socioambiental (ISA) faz apelo ao Ministério Público Federal (MPF) para que adote “medidas emergenciais contra atropelamentos de animais silvestres nas Reservas de Sooretama e Vale”. Entre os animais mortos, estão os de grande porte, como onças e antas.

A campanha em defesa dos animais de Sooretama foi criada na área de petições de comunidade da Avaaz, uma organização internacional que “mobiliza campanhas instantâneas relacionadas a crises”. A campanha já contava  nesta terça-feira (10)  com 4.562  assinaturas. O objetivo é chegar a 10.000 participantes.

 
A petição em será entregue ao  Ministério Público Federal (MPF). Além dos atropelamentos, na Rebio os animais são mortos também pela caça, ainda frequente na região.
 
A Rebio Sooretama tem  27,8 mil hectares, e foi criada por exigência do cientista Augusto Ruschi ao governo federal. Ao cientista, de renome internacional, coube o trabalho de apontar os ecossistemas no Espírito Santo, dizendo o que teria que ser feito em termos de criação de unidades de conservação. A grande concentração de onças na região de Sooretama, que constatou, o levou a indicar a necessidade de uma reserva biológica federal na área. Álvaro Aguirre partilhou a ideia  com Ruschi até a criação da reserva.
 
Já na época de sua criação, animais como as onças eram atropelados, mesmo sem o asfaltamento da BR-101. Contribuía, à época, a grande população de onças, cerca de 300. Hoje a onça pintada, por exemplo, tem apenas nove exemplares na área.
 
Ao lado da Rebio Sooretama está a  Reserva Natural Vale, com  23 mil hectares, totalizando 50,8 mil hectares de mata atlântica protegida. 
 
Os criadores da campanha explicam por que a mobilização é importante. “Diariamente, dezenas de animais morrem atropelados no trecho de 25 quilômetros da BR-101 que corta o complexo florestal Linhares – Sooretama, que engloba duas Reservas da Costa do Descobrimento, a Reserva Biológica de Sooretama e a Reserva Natural Vale, tombadas como Patrimônio Mundial da Humanidade”.
 
Citam a estimativa que mais de 20 mil animais silvestres morrem atropelados neste trecho por ano, entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos. E que “em um período de menos de um ano, quatro animais silvestres de grande porte foram atropelados, três antas (uma grávida) e uma onça-parda. Cada vida perdida, reduz ainda mais o tamanho da população, aumentando os riscos de extinção local da espécie. Além disso, é um indivíduo a menos exercendo seu papel ecológico”.
 
Seguem os organizadores da petição: “Esta situação não representa uma ameaça somente à vida dos animais, mas também coloca em risco a vida dos usuários da rodovia. Várias pessoas já morreram e continuam morrendo em acidentes envolvendo atropelamentos de animais no Brasil”.
 
Daí, pedem aos órgãos competentes, várias medidas emergenciais “para evitar os atropelamentos de animais selvagens no trecho da BR-101 que corta a Rebio de Sooretama e a Reserva Vale, no Espírito Santo”.
 
O elenco das medidas pedidas é o seguinte:
 
– Reduzir a velocidade da via para 60 km/h em todo o trecho de 25km;
– Instalar radares de trecho inteligentes que registram e monitoram a velocidade dos veículos;
– Desobstruir os túneis de drenagem de água sob a pista que podem servir como passagem de fauna;
– Fazer o cercamento da via de forma direcional para os túneis;
– Retirar as árvores frutíferas exóticas das margens da estrada (mangueiras e jaqueiras, por exemplo);
– Colocar placas temáticas de advertência e educativas no trecho;
– Instalar passagens de estrato arbóreo (passagens aéreas) para travessia de animais arborícolas (macacos e bicho-preguiça, por exemplo);
– Retirar o lixo das florestas e corpos d’água no entorno na rodovia;
– Promover ações de sensibilização dos usuários da rodovia;
– Disciplinar o uso da via pela comunidade e empreendedores locais.

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