A população da Grande Vitória está sendo convocada pela ONG Juntos SOS Espírito Santo Ambiental para uma série de manifestações contra o “pó preto” – a poeira de minério espalhado principalmente pelas empresas Vale e ArcelorMittal nos municípios da Grande Vitória. A ONG conclama o cidadão que convive com a poluição e não aceita mais a omissão e a submissão dos governantes em todos os níveis.
O ponto de encontro será na Praia de Camburi, em frente ao Clube dos Oficiais. As manifestações serão sempre aos domingos, das 9 às 11 horas, para aproveitar o maior fluxo de moradores da Grande Vitória e também visitantes e turistas. Em janeiro, as datas são 18 e 25. Em fevereiro, 1 e 8. A ideia é que os moradores juntem o pó preto acumulado e levem ao protesto para exibi-lo às autoridades competentes.
Os articuladores do movimento querem chamar os participantes para que todos juntos cobrem os direitos constitucionais, lutem por um ar puro, pela qualidade de vida e pela saúde. Para a ONG, de forma lamentável, Vitória é “a capital do pó preto” e “a lixeira das poluidoras de Tubarão”. Nesta época do ano, em pleno verão, a situação tende a piorar. Os problemas respiratórios, que afetam principalmente as crianças, aumentam nesse período.
As declarações do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema) na imprensa não agradam nem um pouco a população que sofre com a poluição. O órgão, que se considera um “modelo de gestão atmosférica”, garante que divulga o controle regularmente e que está realizando pesquisas para reduzir os níveis de poluentes e estudos inéditos no Brasil. As empresas poluidoras afirmam que estão trabalhando dentro do tolerável pela legislação ambiental.
Paulo Pedrosa, presidente da Associação Amigos da Praia de Camburi (AAPC), assegura que os órgãos ambientais tentam enganar a população, em prol de migalhas doadas para os órgãos ambientais pelas poluidoras. “Este ano o regime de vento está maior, com isso as empresas do Complexo de Tubarão despejam o pó na casa e na vida do cidadão em maiores quantidades também. Já existe tecnologia para sanar o problema, mas nem o Estado e nem a Vale ou Arcelor querem gastar. Onde a humanidade vai chegar?”, questionou.