Várias espécies marinhas correm risco, algumas de extinção, com a construção do anunciado Porto Norte Capixaba, da mineradora Manabi. Muitas destas espécies em risco estão sendo mostradas em página do Facebook pela ONG Voz da Natureza.
A Manabi também ameaça de destruição um longo trecho, de Minas Gerais ao Espírito Santo, onde quer construir um mineroduto. Com 511 quilômetros de extensão, o mineroduto rasga a terra em 19 municípios em Minas Gerais e quatro no Espírito Santo.
Certa de que obterá licença para seus projetos, a empresa já tem até uma gerência de pré-operação do porto da Manabi, em Linhares. Deste local, partem ações como cooptação da mídia e dos governos: União, estado e município.
A região marinha atualmente ameaçada pelo superporto e pelo mineroduto é de extrema importância para a conservação da biodiversidade. Fica ao lado da Unidade Municipal de Conservação de Degredo, que abriga centenas de espécies de orquídeas e bromélias selvagens, e é área de desova de tartarugas marinhas.
O porto da Manabi destrói de forma irreversível a única área de desova regular das tartarugas-gigantes ou tartarugas-de-couro, em todo o litoral brasileiro.
Pelo porto, a Manabi quer movimentar 25 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O minério sairá do Morro do Pilar, em Minas Gerais. A empresa já recebeu o licenciamento ambiental para a mina. O Porto Norte Capixaba pode operar em 2018, como quer a empresa.
Caso seja autorizada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a tocar seu projeto, a Manabi vai usar um milhão de litros de água por hora no mineroduto. Lançará esta água contaminada com minério diretamente no mar.
Se depender de várias organizações, o Ibama não irá dar licença para o projeto da Manabi. Em uma página com muitas e belas imagens, a ONG Voz da Natureza faz campanha contra o porto, mostrando algumas das espécies ameaçadas pelo empreendimento.
Entre elas, a Toninha (Pontoporia blainvillei), em perigo de extinção, o camarão, a tartaruga-de-couro, o boto cinza, a baleia jubarte, a raia-manta e o caranguejo-eremita.
O Porto Norte Capixaba tem previsão de usar uma retroárea de 500 hectares e quebra-mar de 1,4 quilômetro, com ponte de três quilômetros avançando sobre o ambiente marinho.
Comunidades inteiras estão contra o projeto. Em Regência, na foz do rio Doce, no mês passado foi realizada uma manifestação clamando “Fora Manabi!”. Os moradores temem que o projeto da Manabi encerre todo um trabalho de desenvolvimento sustentável na região, com a participação principalmente do Projeto Tamar, e se transforme pela violência, tráfico de drogas, prostituição, aumento de doenças e redução de oportunidades de renda.
No ato foi lembrado o cenário de destruição da comunidade no entorno da região na Barra do Riacho, meia centena de quilômetros ao sul do distrito de Regência. A região foi profundamente afetada pelas três fábricas da Aracruz Celulose (Fibria).