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Para liberar ferrovia da Vale, Justiça impõe multa de R$ 50 mil à prefeitura de Baixo Guandu

 
Como prometera, por volta das 18 horas dessa quinta-feira (12), o prefeito de Baixo Guandu, Neto Barros (PCdoB), usou seis tratores para interditar a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) da Vale. Impedir o tráfego dos trens da Vale foi a forma de protesto que Neto Barros encontrou para pressionar a Samarco Mineração (controlada pela Vale e BHP Billiton) a abrir um canal de diálogo com a prefeitura, com a intenção de mitigar os efeitos da tragédia humana e ambiental causada pelo rompimento de duas barragens em Mariana (MG), que já afetam os municípios capixabas cortados pelo rio Doce. 
O que o prefeito e os moradores de Baixo Guandu não esperavam era que a Justiça agisse com tamanha celeridade para garantir as operações ferroviárias da Vale. “Quando estava chegando em casa, por volta das 23h30, já havia uma decisão da Justiça, ordenando que as máquinas fossem retiradas dos trilhos em meia-hora”. Caso o prefeito não cumprisse a determinação judicial, a Prefeitura de Baixo Guandu seria multada em R$ 50 mil, e o chefe do Executivo municipal, em R$ 25 mil. “É a Justiça agindo em favor dos poderosos”, protestou Neto Barros.
À meia-noite, como determinou a Justiça, a ferrovia já estava liberada e as operações de transporte da Vale restabelecidas. Neto Barros lamentou a celeridade da Justiça para atender aos interesses da empresa em detrimento da tragédia que afeta vidas humanas, a fauna e a flora. 
Segundo o prefeito, a reunião marcada para a manhã desta sexta-feira (13) foi confirmada pela Samarco-Vale, que designou um diretor para conversar com o prefeito. Neto Barros ponderou, porém, que a retirada das máquinas reduziu o poder de negociação da prefeitura. “Não temos mais o mecanismo de pressão”, lamentou o prefeito.
Interdição em Valadares
Também nessa quinta-feira (12), pela manhã, os moradores de Governadores Valadares (MG) interditaram a ferrovia da Vale, usando pneus como barricadas. Os manifestantes exigiam que a mineradora fornecesse água aos moradores do município, que já sofrem com o desabastecimento do rio Doce. 
A Vale, após negociar com os manifestantes, conseguiu, ainda nessa quinta, a liberação da ferrovia. A empresa prometeu que usaria as composições de trem para levar água aos moradores. 
O prefeito de Baixo Guandu garantiu que durante as poucas horas de duração do protesto — cerca de quatro horas —, as máquinas foram retiradas dos trilhos justamente para a passagem de uma composição que seguia para Valadares levando água à população. 

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