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Pauta ambiental não entra no debate para prefeituras na Grande Vitória

Pó preto no ar e no mar, contaminação das águas por esgoto e resíduos sólidos, falta de mobilidade urbana, áreas verdes restritas … os problemas ambientais da Grande Vitória são historicamente ignorados pelos poderes Executivo e Legislativo municipais e a cada ano se tornam mais graves, prejudicando a saúde pública e levando as cidades para polos cada vez mais distante do ideário de sustentabilidade.

André Moreira, que concorre em Vitória pelo Psol, é o único em toda a região metropolitana que tratou as questões ambientais com a importância que ela merece. O único a ter a visão estratégica de conciliar, dignamente, a temática ambiental com as demais agendas, já usualmente destacadas nos pleitos, como saúde, educação, segurança e desenvolvimento econômico.

Em entrevista ao Século Diário em setembro, André Moreira, sobre especificamente o pó preto, afirmou que é preciso tornar mais cara a atividade industrial na Ponta de Tubarão. “Porque, hoje, poluir é barato”, afirmou. Anunciou também a proposta de criar uma atribuição, dentro da Procuradoria da República do município, exclusiva para cuidar das questões ambientais, e “tomar todas as medidas administrativas e judiciais para compelir a Vale e a Arcelor Mittal a tomaram as medidas necessárias a evitar o pó preto sobre a cidade”.

O que o eleitor comprometido com a causa ambiental já notou ao longo da campanha eleitoral, a ONG Juntos SOS ES Ambiental comprovou formalmente, após pesquisa realizada com todos os 21 candidatos nos municípios de Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra. O foco da ONG foi nesses municípios, por serem esses os mais afetados pela poluição do pó preto.

No final de agosto, a entidade enviou pedido de assinatura de um Termo de Compromisso Ambiental (TCA), em que os candidatos elencariam suas propostas para as problemáticas ambientais em suas cidades. A solicitação foi pela entrega do documento, assinado e registrado em cartório, até o dia 15 de setembro. Apenas André Moreira respondeu a contento, apresentando um conjunto de medidas bem estruturado.

Falta profundidade

Ainda na capital, outras manifestações parciais foram de Perly Cipriano (PT), que entregou um pacote mais genérico, mas fora do prazo, e Lelo Coimbra (PMDB) encaminho seu plano geral, sem nenhum destaque à temática ambiental. O prefeito atual, Luciano Rezende (PPS), nem seu principal rival, Amaro Neto (SD), se manifestaram. E um único candidato a vereador, Marcos Marinho Dalmaestro (PP), assinou, espontaneamente, o TCA.

Em Vila Velha, Max Filho (PSDB) entregou o documento firmando o compromisso com a entidade, porém fora do prazo, e Vasco Alves (PPL) sem assinatura. Em Cariacica e Serra, não houve nenhuma manifestação. Eraylton Moreschi Junior, presidente da Juntos SOS, avalia que o assunto foi mais comentado nessas eleições, “mas faltou debate e profundidade”, critica.

É a segunda vez que a ONG se mobiliza para uma demanda específica com os candidatos. Nas eleições municipais de 2012, em Vitória, foi apresentada uma proposta de TCA para criar e implantar uma lei com parâmetros de qualidade do ar. Apenas Luiz Paulo (PSDB) assinou. O candidato vencedor, Luciano Rezende, ignorou a proposta, como repetiu este ano. 

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