As imagens registradas nesta quinta-feira demonstram que a incidência do pó preto ainda é liberado em larga escala na Grande Vitória. Os montes de poeira sedimentada impressionam pelo tamanho.
O aumento do pó preto nas residências ocorre pela incidência do vento nordeste e registro de temperaturas elevadas, o que agrava a poluição do ar entre os meses de outubro e fevereiro – com picos críticos no verão. O início da temporada deste ano já tem sido considerado pelas entidades ambientalistas e moradores da capital o pior dos últimos anos.
A situação atual mostra que, ao contrário do que anunciaram, o governo do Estado e a prefeitura de Vitória não cobraram da Vale e da Arcelor um plano de redução das emissões para o verão. Ou, se cobraram, não o colocou em prática.
No caso da prefeitura, a gestão do prefeito Luciano Rezende (PPS), que é médico, anunciou ainda no começo de outubro que notificou as empresas para que reduzissem as emissões de poluentes nessa época do ano. As medidas de controle ambiental incluíam a aspersão de correias; pontos de transferência, pátios e quaisquer outros locais com potencial de poluição por material particulado; e a limpeza de vias.
Já o secretário de Estado de Meio Ambiente, Rodrigo Júdice, não só prometeu no último mês exigir o plano para o verão, como o plano de contingência anunciado para o começo de 2016, que previa que a Vale e a Arcelor a informassem quais ações seriam adotadas para reduzir as emissões de poeira sedimentável.
Enquanto o poder público não cumpre seu papel, os moradores reclamam diariamente do aumento da poluição do ar. Nos bairros Mata da Praia, Jardim da Penha, Bairro República, Morada de Camburi e Boa Vista, a situação é ainda pior devido à poeira de cor marrom avermelhado proveniente das obras de reforma e ampliação do aeroporto de Vitória. As associações de moradores oficiaram o governo, a prefeitura e a Infraero para providências contra o problema. Ao contrário da postura em relação à Vale e à Arcelor, a gestão de Luciano multou a Infraero em R$ 24 mil.